segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Da ignorância



"Gérard, vem no dia 31 de janeiro à praça Triumfalnia (em Moscovo), com o teu novo passaporte russo no bolso. Todos os dias 31, às 18:00, nesta praça, cidadãos russos exigem o direito de se manifestarem de forma pacífica, como previsto no artigo 31 da Constituição. Esperamos por ti, Gérard!", escreveu Eduard Limonov, escritor e um reconhecido opositor de Putin, na rede social LiveJournal. 
"Aqui fica um convite para assumires um verdadeiro papel histórico de defensor das liberdades na Rússia", acrescentou Limonov. 
"Não vamos esquecer e nunca vamos perdoá-lo por esta frase: 'É uma grande democracia'", afirmou o jornalista Matvei Ganapolski, na rádio Echo Moskvy, ligada à oposição russa. 
Outro opositor de Putin, Lev Rubinstein, também reagiu às palavras do ator. 
"Caro Dépardieu, não hesite, venha para a Rússia. Os seus impostos vão ser canalizados para boas obras: novo aumento dos agentes de serviços de segurança, de procuradores, de juízes e de gorilas armados com bastões que passam tabaco a jovens e a senhoras de idade que representam uma ameaça para a nossa estabilidade", ironizou Rubinstein.




Como historiadora, indignou-me também a forma cor-de-rosa como o Depardieu apresentou a Rússia. Por conveniência, cada um puxa a sardinha á sua brasa.
Mas acho a cereja no topo do bolo que o Putin tenha oferecido uma casa ao actor francês bem como o cargo de Ministro da Cultura. Ministro??? Cultura?!? Oferecer este cargo a um estrangeiro que claramente desconhece a forma como o povo russo é tratado há séculos, que ignora o real estado de governação?
Mas enfim, foi coerente em algo: Putin ofereceu-lhe uma casa na região da Mordóvia, conhecida por ainda manter em funcionamento 20 campos de prisão (vá-se lá saber o que farão ali às pessoas) que remontam da época de Estaline. Inclusive uma das jovens do grupo Pussy Riot está a cumprir pena nessa região.

2 comentários:

  1. Não há como negar que a Rússia não é o país mais livre e democrata do mundo. O actor francês só faz uma figura pateta ao tentar pintar a Rússia de cor-de-rosa.

    ResponderEliminar
  2. Concordo. Lá que o homem queira mudar de nacionalidade, é lá com ele. Mas parece-me que tudo isto foi envolto em muita fantoxada. E realmente oderecerem-lhe uma casa e o cargo de Ministro veio reforçar ainda mais a minha opinião.

    ResponderEliminar