Sábado de manhã toca a
campainha e tal é o meu espanto ao ver, ali à porta, o meu avô paterno. Pessoa
que há 2 anos que não se lembra que eu existo.
Como ouviu dizer que
fui operada, decidiu vir verificar se ainda estou viva.
Tivemos uma longa
conversa. Fiquei a saber das histórias do meu progenitor, do papel de vitima
que desempenha, do discurso de “a minha filha é má, não me liga, não me fala”.
Fiquei a saber que diz à boca cheia que sou uma ingrata porque me pagou os
estudos (pagou 2 anos e eu nem pude terminá-los por falta de dinheiro). Diz que
só quer resolver as partilhas pacificamente quando em tribunal recusa todas as propostas
e diz querer dinheiro. Um mentiroso compulsivo, manipulador e sem carácter,
portanto!
Contei a minha versão
ao meu avô. Espantou-me a sua calma ao dizer: “Não sejas parva! Fala-lhe!
Saca-lhe o que te der jeito. Não quer dizer que o tenhas de aturar. Finge que o
toleras para conseguires coisas, sei lá. Que te pague a carta, te dê um carro.”.
Claro, vou-me
prostituir, mais vale. Fingir por fingir e por dinheiro… Há gente muito idiota.
Enfim, como sempre fui
a neta favorita por ser a primeira, gostei de ver o meu avô, a forma orgulhosa
com que me olhava. Mas tenho pena que aquela família se continue a destacar
pela falta de valores e princípios. Tenho muita pena.
Ainda me perguntou
porque não atendia as chamadas aos meus tios. Fui directa. “Se não se lembraram
de mim em 2 anos para perguntarem se precisava de um prato de sopa, não preciso
que me liguem agora só para cuscar, para saberem onde trabalho, porque fui
operada. Diga-lhes que podem apagar o meu número.”.
E assim ficámos.
Nervosa mas aliviada pelo meu acto de frontalidade e pelo corte definitivo com
aquela gente.
Há pessoas capazes de tudo por dinheiro... Mais vale conseguir as coisas de forma honesta e digna!
ResponderEliminarAplaudo-te de pé!!!
Fizeste muito bem!
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