terça-feira, 15 de setembro de 2020

E nóis estamos como???

Livres!
Ou quase...
No dia 1 fiz aqui um texto a dizer que pretendia mudar de emprego mas sempre dentro da área. Que queria começar o 2021 como Assistente Social num outro contexto.
E eis que dia 5 gastei todo um sábado a mandar mais de 200 Cvs. Cvs esses que até agora nem fui confirmar se alguém me respondeu.
Isto porque logo nessa noite, comecei a remoer as minhas opções. Entendi que era apenas movida por ego e medo. Ego de trabalhar para aquilo que estudei e nada menos que isso; medo económico.
Digeri melhor o que sentia no domingo. Meditei (estou no Curso Ativadores da Nova Era da famosona Ines Gaya e tem sido uma surpresa e tanto as coisas a que me estou a obrigar a olhar em mim).
Digeri tanto o que pensava / sentia que somatizei. Foram dias de diarreia, picos de febre, taquicardia, ataques de ansiedade e insónias. Muitas náuseas. Até que, após exorcizar e dissecar cada pensamento, cada consequencia possivel, cada sombra da minha loucura, dia 10 comuniquei o meu despedimento.
Não querendo ser cabra, disse-lhes que podiamos negociar a minha saida para também não os deixar na mão.
Queria ter apontado o dedo, ter-me queixado de mil coisas, da minha chefe, da intervenção mas... acredito que se comunicarmos com Amor, tudo é mais fácil. E assim sendo optei por lhes comunicar que neste mundo há lugar para todos, para todas as visões e tipos de intervenção mas que eu não me sentia confortável com a deles nem ressoava comigo e a minha alma. A comunicação foi tranquila, pacifica. E todos os meus sintomas fisicos desapareceram desde esse dia.
Portanto... carta de alforria em processamento!

Só eu sentir-me aliviada e contente, diz muito sobre a decisão que tomei ser a certa ou não.

PS: outro emprego como Assistente Social? Porque não fui ver se alguém me respondeu aos CV's enviados? Pois porque tenho medo de ver lá alguma proposta e o meu ego ceder... porque na verdade decidi dar um tempo da área. Decidi que posso ter 2 empregos e não 3 sem me sentir mal com isso (pânico de ser parasita social, dizem... ou worckaholic, não sei...).
Já tenho 2 empregos, um na área, outro fora. Não tenho forçosamente de ter 3 empregos e 0 tempo para mim. Perco um salário, é certo. Mas ganho 4 manhãs que posso usar para explorar tudo o que tenho descoberto sobre mim neste mundo pandémico incrivel. Por exemplo, tenho imenso jeito para desenhar! E nem desconfiava disso... Estou a descobrir o Mundo da Ginecologia Natural (e curiosamente este mês começa um curso da Ginecologista mais famosa que por aí anda e decidi dar esse passo na minha formação). Inscrevi-me em imensos cursos durante o verão e não tenho tido tempo para avançar em nenhum (agora acabaram-se as desculpas). Ando a desenhar na minha mente a ideia de um negócio próprio... 
Não se enganem... o meu cérebro grita, o meu ego lança-me medos ("e se...?"). Tenho muito medo de me arrepender, de me fazer falta o dinheiro, de ficar desempregada como consequencia Covid... é uma batalha diária contra mim e contra a ansiedade. Mas só me resta ter fé.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Meio ano pandémico

E desde que o nosso país parou, já passaram 6 meses. 
Meio ano!
Foi muito interessante observar o meu percurso e o dos outros. O que sentimos e o que fomos sentindo, encaixando, assumindo e colocando no lixo.
Comecei Março a vibrar no medo, na ansiedade... no pânico, mesmo! Muito medo, não do virus, mas da perda. Perda do trabalho, do dinheiro, da subsistencia.
Há medida que isso foi ficando garantido, comecei a respirar e entrei no modo depressivo. Fechada em casa, sentia-me um animal privado de liberdade, magoado, sem saber o que fazer. E dormia. Dormia muito.
Desperdicei tempo que agora vejo ter sido precioso.
Depois comecei a olhar em redor e a perceber que tinha um quintal com um poderoso limoeiro da altura de 2 andares que nunca nem tinha olhado por mais de 1min. Comecei a sentir o espaço, a minha casa. 
Criei rotinas há muito esquecidas (há 5 anos, desde que vim viver na nossa ruidosa capital). 
Voltei a meditar, a ler, a respirar. A apreciar os meus gatos. A apreciar aquela simples mas rica sensação de calor quando os raios de sol beijam a nossa pele enquanto vejo os meus meninos de barriguinha ao ar a bronzear os pelinhos. 
Li mais nestes meses que nos últimos 5 anos. E li coisas diferentes. Coisas que nunca pensei ler.
Li muito sobre equilibrio mental, saúde, meditação, chackras. 
Apostei em formações. Umas sobre áreas que nunca tinha percebido que me interessassem, outras sobre áreas que ando há anos a dizer "um dia vou aprender aquilo". 
Tem sido um banho de sabedoria tãaaaaaaaaaao grande, que às vezes quase me afogo na verdade que estou a descobrir sobre mim.

E não querendo meter nojo com o meu mood livro Gustavo Santos, a verdade é que este Covid me deu muito. Foi e está a ser um tempo como nenhum outro. Curei-me mais no último mês que em 7 anos de práticas e procura espiritual.
Descobri mais sobre o meu propósito de vida nas últimas semanas que nos anos de licenciatura. 

Que ano!
Que viagem!


terça-feira, 1 de setembro de 2020

O que fazes para ter tanta "sorte"?

 Tomo decisões.

Como boa adulta de 31 anos, criada e julgada numa sociedade católica, capitalista e materialista, dou por mim a ter as minhas crises de "É SUPOSTO".
É suposto ter casa, é suposto ter carro, é suposto estar efetiva, é suposto estudar e trabalhar na área e ser "sôtoura".
Esse discurso de "a felicidade é que importa" é só hippie e coisa de irresponsaveis.
Síndrome de Peter Pan, chamam-lhe uns.
Pois eu, desde Janeiro que não me sinto feliz num dos meus empregos na área. Mas como é na área e comecei a trabalhar lá em Novembro, sentia-me culpada, ingrata, mimada, hippie.
Mais ainda por ter sido o meu local de estágio e ter tido a "sorte", a "raridade" de ter sido posteriormente contratada. 
Sinto que a minha geração carrega consigo esta noção de "obrigação de ser grato" quando consegue algo minimo mas expectavel e considerado importante e fulcral socialmente ou no seio parental.
Os meses passaram-se e veio o Covid. Com ele o stress, o distanciamento, o tele-trabalho. Deixei de ser acompanhada, entre colegas não nos falamos a não ser para reclamar, exigir, falar torto. 
Chamem-me idealista mas realmente acredito que é possivel trabalharmos todos numa comunicação positiva e existir respeito no local de trabalho. Quando tal não acontece, sinto-me deslocada.
Cada vez comunicamos pior, não nos entendemos, existem conversas paralelas. 
Chegamos ao ponto de inventar trabalho! Para ir do ponto A ao ponto B, é preciso 3 semanas, 9 reuniões e escrever 4 procedimentos e 8 protocolos. Uma complicação sem igual, não sei se fruto de depressões covidiárias, e assim perdemos tempo quando há gente a passar fome.
Já me expressei, já expliquei o meu desconforto e além de nada mudar, penso que não fui sequer compreendida. 
Chegado a este ponto e porque dinheiro não é tudo, restou-me sentir desinteresse, ansiedade e apatia pela minha função. Este trabalho por si só tem-me feito pensar se afinal quero ser Assistente Social. Logo... para quê forçar? Ando há 9 meses a pensar que é só uma fase, que a chefe está numa fase, que eu estou numa fase... mas não. 
Decidi dentro de mim cumprir o contrato e sair. Em 2 meses quero sair. Tendo ou não outra coisa em vista. E sabem que mais? Dentro de mim veio a paz. A serenidade. O que diz muito sobre se tomei ou não a decisao certa.

No meu outro trabalho onde tenho estado mais por curriculo e status que outra coisa (sou directora técnica recém licenciada... qual a probabilidade?), comecei também a questionar-me. Sentia que não podia desperdiçar tal sorte. Mas é uma associação pequena, cheia de dividas, com pouquissimos utentes. Num mês bom, atendo 2 pessoas em todo o mês. Pagam-me para escrever no blog e consultar o meu insta... todos gostamos de dinheiro grátis, não é? Mas... emburrecer é a palavra! Estou-me a cumprir? A crescer? E depois de vários meses de indecisão eis que hoje o marido da Presidente, um velho caquético de 70 anos no minimo, se fez a mim. E que nojo! 
Só pode ser um sinal do destino.

Meta 2021: novo trabalho como Assistente Social e largar ciclos. Porque experiencias que nos ensinam onde não ficar também são muito válidas.

Já sou fã


Rendida ao novo formato da SIC!
É só rir!
Por um lado sou mega fã do casal Shrek. Por outro, é assustador ver que muitos casais não comunicam de forma adequada e casam sem se conhecer ou respeitar, sem noção minima do que o outro veste, gosta ou tolera.