Tenho 2 colegas de
trabalho novas.
Ao início pareciam
simpáticas. Até me abri com elas. Contava-lhes da minha vida, falava
alegremente. Até notar os seus pensamentos mais arrogantes e provincianos, típicos
da cidade em que vivo e que tanto me fazem odiar esta terra.
Uma é Ucraniana e, como
emigrante e tal, acha-se a maior heroína do mundo por ter largado a sua terra e
ter vindo para este Portugal à beira mar plantado.
Quando lhe falei de um
amigo meu que é literalmente nómada, anda de país em país, trabalha em qualquer
coisa, desde obras a hotelaria, junta dinheiro, conhece uma nova cultura, faz
amigos e passado um tempo, lança-se a outro país, a ucraniana respondeu-me
inchada de orgulho “E isso é admirável? Admirável sou eu que trabalho para
sustentar a minha filha! Isso é boa vida sem responsabilidades!”. Vamos lá a
ver… foi mãe porque quis! Detesto a mania que as pessoas têm de invejar ou
desvalorizar a vida de terceiros. Se alguém esta nas Maldivas ou tem um emprego
de sonho, é porque fez para o conseguir. Deixem-se de merdas e aceitem as consequências
das vossas escolhas! Não quis casar? Não quis ser mãe? Agora é que reclama?
Poupem-me!
A outra nova coleguinha
é a cereja no topo do bolo. Parece vinda de cascais mas com a mentalidade cá da
zona. Acha-se linda, poderosa, bem vestida, com o último telemóvel topo de
gama, enormes saltos altos, sempre maquilhada. Afirma que detesta a
coscuvilhice, que detesta esta cidade porque toda a gente sabe da vida uns dos
outros. Mas experimentem perguntar-lhe por alguém! Digam-lhe o nome e ela sabe
a morada, o carro, as últimas 5 relações e até o ambiente que a pessoa tem em
casa! Uma vidente!
Trata toda a gente por “fofa”
e “querida” e vê maldade em todo o lado. Acha que toda a gente é encornada
menos ela que tem o namorado debaixo do chicote.
E apreciem bem esta
pérola que ela cuspiu esta semana: “Ai eu também acho que o mundo tem de
evoluir. Temos de ser modernos. Eu acho bem que os gays casem e isso. Mas seria
incapaz de frequentar os ambientes deles e ter um casal a beijar-se ao pé de
mim. É anti-natura”.
Notam alguma incoerência
nesta frase?
Opah… a sério! Tirem-me
deste filme!
Um dia inteiro, uma
semana inteira a ouvir estas “fofas” e as suas coscuvilhices são demais para o
meu cérebro!
E a opinião que elas
têm de mim? Dá vontade de rir! Acham-me demasiado moderna, creio que desconfiam
que sou lésbica desde que disse que frequento bares gays, já me disseram que
apenas “gosto” de ser diferente e acham que devo ser uma grande maluca por
andar por aí a sair com amigos estando o meu namorado fora.
Caramba, sou vista como
uma revolucionária! O que não é difícil, vivendo as fofas no século XVIII.
Enfim, resta-me
desejar-lhes as melhoras, que um gay nunca lhes pegue nada anti natural, que
enquanto namorem nunca apareça ninguém a querer ser amigo delas porque toda a
gente sabe que quem namora não tem mais ninguém no seu círculo social e que
tenham uma vida comum, com trabalho, casa, marido e 3 filhos, sem nunca
viajarem nem receberem as maleitas de uma boa viagem a outra cultura!
Sejam felizes, fofas!
PS: Prevejo uma longa
temporada de descontentamento no meu sistema nervoso…
Eu quando conheço alguém novo, por muito fixe, interessante e blá blá blá que me parece, estou sempre de pé atrás até conhecer melhor!
ResponderEliminarCom gente dessa: Distância!
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