No início de Janeiro,
ele dizia não estar bem, não estar feliz, não se reconhecer mais.
Pediu um tempo.
Respeitei, mas fui
mimando-o, lutando por ele, com presentes, gestos, carinho, declarações de
amor.
Até àquela manhã que
fui de surpresa a casa dele, para o acordar com beijos e um pequeno-almoço, e o
que me esperava era uma decisão já tomada. O fim.
Não recordo o dia.
Aquele momento foi tão doloroso, pareceu-me tão surreal, fiquei tão chocada que
não consigo lembrar que dia de Janeiro era.
Sei que perdi as
forças, cai no chão, chorei muito. Ele já tinha acabado comigo em Dezembro de
2012. Ficamos 5 meses separados e acabamos por voltar. Mas foram 5 meses em que
descobri o que era entrar em depressão, ir ao fundo do poço e reerguer-me.
Quando estava já bem, ele voltou à minha vida, fez-me promessas de Amor e
mudanças e eu acreditei. Agora faz o mesmo, quase na mesma altura e exactamente
nas mesmas circunstâncias: a seguir a um jantar e saída a noite com primos e
irmãos.
Ele chama-lhe
coincidência, eu chamo-lhe falta de carácter e influencia. Namorámos 3 anos e a
família dele não me fala desde o primeiro ano de relação. Tudo porque lhe
arranjei emprego em França e a mãe dele tinha outros planos; esta senhora proibiu
os filhos de estudarem além do 9º ano não fossem eles querer seguir mais longe
e sair de casa, ela tem até a planta duma casa desenhada, o sonho dela, que
seria uma enorme vivenda onde todas as gerações viveriam por baixo e ao lado
dela, a matriarca soberana. Bastou dar asas ao João, e a mãe declarou-me
guerra, recorreu a chantagem psicológica, ameaças de suicídio, tentativas de
intimidação à minha pessoa em plena rua, ameaças de atropelamentos, telefonemas
e sms ofensivos entre tantos outros esquemas graves.
Aguentei tudo por ele,
por ser a família dele. Mas comecei a definhar, a ficar agressiva, assustada
cada vez que ele bebia café com estas pessoas. Bastava um café entre ele e a
irmã e eu tinha um ataque de ansiedade. Eu nunca fui assim! Era a pessoa mais
calma do Mundo, super tranquila e, de repente, perdi o sentido, comecei a
tremer quando ouvia o nome deles, a ter dores de barriga cada vez que havia um
jantar, a ficar mal disposta cada vez que nos cruzávamos na rua. Enlouqueci!
Sentia-me ameaçada e um alvo a todo o momento.
Já não era feliz e o
João tão pouco. Para ele, ainda que reconhecendo que a família é doente, eles
serão sempre A família, A base. Para mim são apenas loucos psicopatas. A
situação tornou-se insustentável.
Não sei se vives perto da família, mas se for o caso, não achas que devias (por mais difícil que seja) mudares de ares e recomeçar a vida noutro local? Não me parece muito saudável viveres perto desse tipo de gente.
ResponderEliminarEste texto é o primeiro de vários que vão contar o que aconteceu e como aconteceu, mas adianto que tudo acabou e estou solteira, caro anónimo. Não tenho porquê mudar-me nem com quem, uma vez que a outra parte decidiu seguir a sua vida sem mim...
EliminarSim, era o que faltava agora. Pelo sim, pelo não, anda com gás pimenta na carteira...
ResponderEliminarCom todo o respeito, mas isto foi definitivamente o melhor para ti. Notava-se perfeitamente pelos teus textos que o mais provável era a coisa descambar outra vez, não pq tu não gostasses dele, mas pq estava-se mesmo a ver que ele ia voltar atrás :/ Sei que custa linda, a sério que sei, mas agora é olhar para a frente e não ir abaixo. Mereces melhor, muito melhor, acredita nisso. Mereces alguém que te ame a 100%, que não se deixe influenciar por outros, que não tenha dúvidas, que não te magoe. Um dia essa pessoa aparecerá, claro que sim, mas até lá força nisso e sorriso na cara :) Não dês o prazer aos outros de te verem a sofrer, és superior a eles :D
ResponderEliminarAlguma coisa é só dizeres.
Beijinhos
Daqui a uns tempos, vais perceber que embora doa, o fim foi o melhor que te podia acontecer.
ResponderEliminarMas oh Raven... ainda bem que essa loucura acabou...Vai-te custar muita, mas caramba, acho que estavas a ficar maluca com isso tudo.
ResponderEliminarÉ bem verdade... já não me reconhecia e pela negativa.
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