Ele saiu. Eu fiquei no
chão, desesperada, sem forças.
A E., uma amiga minha,
sabendo que eu ia a casa do João fazer-lhe uma surpresa, decidiu ligar-me a
perguntar como tinha corrido tudo. Ao ver que eu nem conseguia falar, só chorar,
decidiu aparecer lá e tirar-me daquela casa e daquele desespero.
Obrigou-me a vir embora
e a trazer a minha única e mais forte ligação ao João: o gato Nino.
Nunca cheguei a
partilhar convosco o desfecho da história do Nino, mas basicamente ele nem foi
posto em adopção porque o João, para me ver feliz, decidiu ficar com o gato nem
gostando de gatos. Eles davam-se bem, o Nino adorava-o e tinham uma relação bem
bonita.
Mas naquele momento,
com o incentivo da E. e levada pela raiva, peguei no Nino e trouxe-o. Mas
quando cheguei a casa e vi o Eros a ameaça-lo, furioso sobretudo comigo, o Nino
debaixo da cama a tremer, a urinar-se, senti-me a pior pessoa à face da Terra.
Para quê fazer o Nino pagar pelo meu despeito? Afinal ele e o João são felizes.
Que mesquinha! Fui devolvê-lo uma hora depois.
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