… enfiei-me hoje, toda
a tarde, num ginásio!
E já desde sexta-feira
que vou correr 2h por aí, sozinha.
Pretendo ir todas as
tardes para o gym, abstrair-me, cuidar de mim. E nos fins-de-semana vou tentar
ir correr sozinha, só com o meu mp4, o horizonte e a mente em branco.
O mau do gym? Fui para
o mais barato, claro. E quem encontro lá? A C., uma rapariga que parece ser boa
moça, com uma história de vida sofrida, um historial de vitima de violência doméstica,
34 anos, solteira, vive com a mãe e que tem uma paixão de há anos pelo João.
Sempre que ele termina uma relação ela tenta aproximar-se dele. Sei que o ano
passado quando interrompemos a nossa relação 5 meses, ela se aproximou logo.
Ele contou-me tudo quando reatamos e eu vi as mensagens. Nada de mais, apenas
interesse e vontade de ter alguém, pobre moça. Está como eu estou agora. Gosto
dela, apesar de mal nos conhecermos temos amigos em comum e parece-me realmente
um espírito atormentado e nobre mas vê-la ali, no mesmo ginásio que eu, a
partilhar aulas, conversas, fez-me pensar se não terá já ido a casa do João, se
não terão saído, tomado um café, algo mais… Porque ele próprio teve sentimentos
por ela na juventude e quando solteiro, respondeu aos seus avanços com
interesse.
Por algum motivo, seja
porque anda a rondá-lo ou pelo que aconteceu o ano passado, noto que a rapariga
ficou tão desconfortável quanto eu. Corou quando me viu, encolheu-se,
afastou-se, evitou-me. Quando lhe dirigi um “olá”, quase se afundou no sofá. E
não tendo nada a ver com a vida do João, isto atingiu-me e deixou-me em baixo.
Mal consegui jantar. E começo a ficar impaciente comigo mesma. Amando-o, não
tenho dúvidas de que o fim foi inevitável e o melhor. Mas mesmo assim, sabendo
que o meu futuro é outro, que mereço outra coisa, não consigo parar de pensar
no passado e sentir-me mal à mínima coisa, lembrança, ideia que surja.
Bastou ver aquela moça
e fiquei enjoada, fraca e com vontade de sair do ginásio.
Quando é que isto me
passa?!?
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