quinta-feira, 15 de agosto de 2019

De Cuba

Finalmente vou começar a escrever sobre a minha experiencia nestas terras caribenhas!
Em Fevereiro, uma semana após chegar ao México, decidimos ir passar os nossos aniversários a Cuba (ele faz anos a 20 e eu a 25).

Havana

A sério que começo a acreditar que aquela malta que diz que Cuba é incrivel, linda, espetacular... é porque certamente comprou um pacote com pulseirinha e ficou no resort uma semana sem sair. Porque na verdade, se alugares casa e fores conhecer as ruas, o povo, o cheiro, o ar... valha-me Deus!
Baratas em todo o lado, sujidade, cheiro a urina... pessoas extremamente chatas! Compreendo o motivo. Há pobreza e necessitam fazer negócio. Mas são muito, muito chatos. Eu e o namorado mal conseguiamos conversar e partilhar opiniões sobre o que viamos e sentiamos porque a cada passo eramos encurralados em ambas laterais com ofertas de charutos e de "entre no meu restaurante, é o melhor" e do outro lado "Não! O meu é que é!". E agarram-te, e puxam-te, e gritam-te. É como ir a mercado mas em mau.
Nos últimos dias eu já reagia mal cada vez que alguém me falava ou se aproximava. Foi esgotante.
Mas falando ainda da pobreza... ela é muito subjectiva. É claro que a cidade é feia, suja e cheira mal... mas porque devido ao embargo dos EUA, não há muita entrada de materiais grandes e pesados (construção civil). Os prédios e os carros são os dos anos 60. As casas já estão bem degradadas. Mas a nível de roupa... vestem-se melhor que eu! Toda a gente, crianças incluidas, tinham ténis de marca novinhos, sem as tipicas marcas de uso e desgaste que os meus sapatos apresentam, por exemplo. E no aeroporto, à vista de todos, vi o porquê. Contrabando. Descarado. Com a conivência de todos. Que fácil é declarar que não se precisa da América para nada e passar Coca-Cola e marcas, não é?
E também outra parte do negócio chega de barco desde Miami.
Logo, esta malta é uma falsa do caraças, hipócrita e... ignorante. Ouvimos de um tudo... Desde que uma moça não podia subir escadas porque tinha "claustrofobia" (seria vertigens, não?), a que receberam uma vez o presidente da "Alemanha", "William" Churchill... enfim... assumo que a educação não seja um factor chave no país.
Ainda tivemos de levar vários sermões de taxistas que nos queriam contar entusiasticamente como o exército cubano se estava a preparar para apoiar o Maduro e que, tal era a sua potencia bélica, iriam começar a III Guerra Mundial. Muitas foram as recomendações para que nos fossemos preparando na Europa. Problemas de auto-estima, claramente não têm!

Varadero

Aí sim foi tranquilo porque fizemos algo que eu nunca tinha feito: a tal pulseirinha e resort. Não saimos do hotel com tudo incluido. Água azulinha, temperatura ótima. Excepto que eu não levava protector solar (achei que lá poderia comprar... não sabia que não existiam lojas) e apanhei um mega escaldão, fiz febre, todo o corpo cheio de ampolas e... também não há farmácias! Estive 2 dias "a morrer" até encontrar algo chamado "Farmácia Internacional" numa outra cidade.

Trinidad

Cidade pequena, colonial, colorida e a única sem pessoas chatas.
A dona da casa onde nos hospedamos, Marisol, era um doce. Fez-me um creme caseiro para as minhas queimaduras, deu-me um casaquinho, um guarda-chuva (guarda-sol, neste caso) e cuidou-me como se me conhecesse há muito. Contou-nos as dificuldades de ser cubana, da economia, de ser mãe solteira.
Em Trinidad comemos lagosta todos os dias de tão barata que é. E pinha colada. Bebemos muitas pinhas coladas. Poderiamos ter aproveitado mais de Trinidad se não fosse o meu mal estar.

Resumindo: adorei a experiencia sociológica de ir ao último bastião comunista. Aprendi muito. Sou extremamente grata pelo que tive oportunidade de ver e viver. Mas saímos de Cuba psicologicamente esgotados e sem vontade de regressar.







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