quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

O sindrome do coitadinho

Como assistente social, trabalho com 2 áreas muito diferentes.
Ambas são sensiveis, ambas se prendem com "minorias", com pessoas / causas / áreas que lutam pelos seus direitos na sociedade.
Contudo, numa delas, tenho-me apercebido que não só os utentes como também (e até mais) a instituição, apostam em fazer da causa um gueto, uma auto-segregação.
Ou seja, só utilizamos o nosso espaço para fazer palestras, tertulias sobre esta comunidade. Exemplo: workshop de gestão do stress para pessoas TAL. Como se todas as pessoas não sofressem de stress. Vamos pensar... mindfullness para deficientes, mindfullness para lgbti, mindfullness para refugiados, mindfullness para pessoas negras, etc... estão a ver o seguimento da coisa?
Vamos pegar no último exemplo para perceber o ridiculo da situação: um branco e um negro meditam de forma diferente? Se sim, expliquem-me... Um negro poderá por ventura (juntando aqui diversos outros factores) ter mais ansiedade por viver maior número de episódios de descriminação? Talvez... Mas... Pesa assim tanto na diferença e forma como o workshop é conduzido?
Lançamentos de livros? De exposições? Só para aquelas pessoas, daquela comunidade, e se o autor / artista pertencer à comunidade.
Bora fazer um grupo de teatro? Bora!
Ah mas espera lá... quem se inscreveu? Pertence à comunidade? É só simpatizante? Que chatice...
Eu juro que estas coisinhas me irritam solenemente!


1 comentário: