quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Dia 27



E faríamos hoje 3 anos de relação. Relação essa que já não existe e dói cada lembrança.
E hoje, o número 27 tornou-se ainda mais doloroso. A minha avó faleceu. A primeira. Eu que me gabava de ainda ter os 4 vivos. Foi-se a primeira e a favorita, aquela que era alegre, inabalável, forte, cheia de cor. Aquela que sei que faria tudo por mim, que me amava incondicionalmente.
Não cheguei a tempo. Quando fui visita-la, já ela tinha partido. 20min apenas antes da minha chegada e morreu a perguntar por mim. Contam os familiares que a tentaram animar falando na neta I. que irá queimar fitas em Junho, na neta L. que ganhou um concurso de equitação e ela abanava a cabeça em sinal de negação e dizia “Raven…. Raven…”. Porque não cheguei a tempo?? Merda!
Sei que sempre fui a neta favorita, a primeira e mais amada. Os meus avós nunca o esconderam. E agradeço à vida por me ter dado uma avó tão doce e alegre.
Não sei que vista para o velório. Nisto somos (éramos) iguais: nada de luto, que "tradição" mais tonta!
Amo-te Avó G., até breve. Sei que ficarás sempre ao dispor, não irás para muito longe. 


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Vou-me apaixonar!




Desculpem a ausência aqui no Palacete mas nas últimas semanas aconteceu de um tudo, a todo o instante e entendi certas realidades que me esmagaram.
A minha relação acabou, o João ameaçou que metia o Nino na rua por vingança (nunca mais vos falei dele, mas tinha ficado apalavrado que o João o adoptaria), eu entendi que não sou uma mulher segura cheia de arrogância, muito pelo contrário, perdi o meu amor próprio há já muito tempo e ridiculamente não reparei.
Neste momento estou a fazer as malas, de coração pequenino, pronta a pegar o touro (a vida) pelos cornos e partir numa viagem de 9h para o norte do país, rumo a uma família que quer adoptar o Nino. Façam-me mal a mim, não a um inocente!
Quando regressar conto-vos tudo mas neste momento o bem do nino fala mais alto, já chorei o que tinha a chorar, resta fechar as feridas, encarar as cicatrizes e agradecer à Vida mais esta experiencia, este capitulo biográfico tão esmagadoramente lúcido e sábio.
Quem me conhece sabe que só há uma forma de me apaixonar (por mim e pelos outros): vendo provas de solidariedade e altruísmo genuínas. Portanto, força na peruca e bora lá sentar o rabiosque 9h num autocarro, ir onde nunca fui, dormir em casa de desconhecidos e despedir-me do Nino que se tornou um Mestre nesta minha vidinha.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Parabéns, Tesouro!




Faz hoje um ano que nasceu a maior preciosidade que tenho na vida.
Tem mau feitio, é vingativo, faz com que quase não tenhamos visitas cá por casa, assusta, atira-se aos cães mas eu amo-o. É lindo, intenso e muito parecido comigo. Sempre será verdade aquela história de que cada animal é o reflexo do dono. Aliás, mamã. Não gosto da palavra dona. Eu adoptei esta peste porque quis, assumi a responsabilidade de o amar para sempre, de cuidar dele no bom e no mau, na saúde e na doença, logo posso-me considerar mãe. Mãe de um peludinho terrível que surgiu no momento mais duro da minha vida e me ajudou a sair do fundo do poço, algures pela segunda semana de Março de 2013, tinha ele 5 semanas e era uma bolinha insignificante. Logo se acostumou a dormir no meio dos meus lençóis, chuchando-me no pescoço, fazendo da minha bochecha sua almofada. E este hábito que muitos consideram estranho mas que eu acho de puro amor e ternura, mantem-se até hoje. No verão é complicado, é todo um cachecol à volta da minha garganta a sugar-me as energias. Mas fazer o quê! Amor é amor.
Sempre serei grata à Vida por me ter proporcionado conhecer este bichinho e grata a ele por me ter ajudado a reerguer da pior fase, da pior dor que passei na vida.
E obrigado por me ensinares o que é o amor incondicional, meu amado Eros.

PS: ele foi castrado no dia 3 e correu tudo bem. Mais ou menos bem. Teve de levar 2 anestesias (este bicho é uma mutação genética!), fez coco na maca, vomitou no chão, tirou um bocado de dedo da veterinária, quase tirou um olho ao outro veterinário e chegou a casa e parecia que não tinha sido operado a nada! Comeu, foi a caixinha, correu, pulou, subiu cadeiras, mesas e sofás. Este bicho não é normal! Ao menos resultou, parou de miar e arranhar portas.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Do desequilíbrio




Amanhã vamos decidir. Amanhã, eu e o João vamos decidir o que fazer com isto, com este amor, com este sofrimento, com este caos.
Dia 27 deste mês faríamos 3 anos. Anos caóticos, com a família dele contra nós, com trabalhos noutros países para ambos, com muitas brigas e cedências, com uma ruptura de 5 meses.
Se por um lado sei ver que somos instáveis e opostos, por outro parece incrível tudo o que já superamos. Custa “morrer na praia”.
Se por um lado o amo, por outro ele desequilibra-me. Esta relação tem tantos factores de stress que já dei por mim a ser a pior pessoa do mundo, a mais fraca, a sofrer imenso, a ser egoísta, mesquinha. Parece que não sou eu. Não digo que a culpa seja dele, porque afinal somos ambos vitimas. Mas toda a relação, a família dele, enlouquece-me. A família dele. Este último factor tira-me a vontade de viver. Basta ouvir o João dizer “Vou ali tomar café com a minha irmã” e eu sufoco. Sufoco a sério, tenho um ataque de ansiedade, quase desmaio, fico irritada uma semana inteira e transformo-me naquelas loucas que telefonam a cada 10min.
Passe o tempo que passar jamais vou perdoar o que me fizeram. E se família é família acima de tudo, eu não o consigo ver assim e dói que o João não tome as minhas dores, não corte laços, os mande para o espaço e nunca mais os veja. Sou egoísta e bruxa por querer separar uma família? Talvez. Mas a maldade deles ameaça-me, faz-me parecer um bichinho assustado e ter gente deste calibre perto de mim e do meu Amor faz-me tremer.
Cada jantar de família é um pesadelo, cada café é um ataque de pânico. Se quero viver assim? Jamais! Se tenho o direito de fazer o João nunca mais ver a família? Muito menos.
Acho que me perdi, já não sei o que quero. E pior, não sei o que não quero.
E com estas poucas noções em mente, lá irei amanhã falar com ele, ver o que ele pensa e decidir o melhor para ambos.
Opiniões? Sim, tu aí.
Coração: eu quero-o de volta, quero dormir em conchinha com ele, ver aquele sorriso, aquelas covinhas a cada dia.
Cérebro: Foge! Já se destruíram, daqui para a frente vai ser a piorar. Já é a tentativa 538376 e nunca deu. Só te vais perder mais, angustiar mais.

Do Tarado



E finalmente, a situação resolveu-se!
Sempre ouvi dizer que neste país tudo funciona à base de cunhas. E parece que, tristemente, é certo.
Depois de nos pedirem 204€ para apresentar queixa e termos direito à segurança “pública”, depois da nossa chefe se borrifar redondamente no nosso bem estar, eis que tive de recorrer ao factor C. O marido da minha cabeleireira é subcomissário, falei com ela, ele foi um encanto, super prestável, deu-me o seu contacto e, mal o velho tarado estacionou em frente ao meu local de trabalho, liguei-lhe logo. Ele mandou 4 policias à paisana e ZAS! O tipo foi apanhado, identificado e avisado. Á próxima já sabe que não se fica por avisos.
Vejam bem o estupor que nem sequer é cá da cidade! Vinha de propósito, sabe-se lá de onde, para nos ver, seguir e masturbar-se. Esta sociedade está doente.