quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Não é facil…






… explicar a duas crianças que a mãe vai ficar careca.








A minha madrinha teve cancro da mama em Junho.
Foi operada, o nódulo foi-lhe retirado e, ainda que pareça estar tudo controlado, como o tumor dela era dos mais agressivos que existem a este nível, a médica decidiu que ela deveria fazer quimioterapia como prevenção e garantia de que não estaria nenhuma metastese por aí perdida no seu corpo.
Claro que toda a família está feliz por ela se ter curado com uma simples operação! Mas agora surge a parte delicada. A minha madrinha tem dois filhos pequenos, um casalito bonito, ele com 10 anos, ela (que por acaso é minha afilhada) com 5.
A minha afilhada é incrivelmente vaidosa e curiosa. Não foi fácil explicar-lhe que a mãe iria ficar careca. Não foi fácil fazer-lhe compreender que a mãe está doente e tem de fazer um tratamento que a deixará sem sobrancelhas.
Não foi fácil mas ela lá aceitou as justificações que os adultos lhe deram.
Agora só me preocupa o choque que ela terá com a realidade quando o cabelo da mãe desaparecer mesmo.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

7 meses



Ontem explodi!
Tivemos “aquela conversa”.
Era inevitável; nenhum dos dois está contente com esta relação.
Por isso, tomei a iniciativa.
Somos opostos, completamente antagónicos. Mas estamos apaixonados.
Eu gosto de literatura, arte, museus, espaços calmos…
Tu gostas de carros, motas, negócios, dinheiro, comodismo…
Tu és material, eu sou espiritual.
É suposto estas duas componentes juntarem-se e fazerem parte de algo único.
Hoje fazemos 7 meses de namoro.
Um namoro que começou de forma quase anedótica (prometo que se aguentarmos 1 ano, vos conto o circo que levou ao início desta relação).
Hoje pedi-te mais elasticidade. Sei que também não sou fácil; a culpa é dos dois.
Não podemos querer moldar-nos a algo que não somos. A única coisa a fazer é aprender a ver o interior um do outro, quer gostemos quer não.
Não somos o principe e a princesa que procuramos, mas ainda assim não quer dizer que não sejamos a pessoa certa um para o outro. Afinal, talvez o opostos se atraiam mesmo.
Talvez o truque seja que somos a balança, o peso e a medida um do outro. Impedimos os excessos um do outro.
Bem.. isso também não é verdade, já que a minha arrogancia não te permite controlar nada em mim.
Admiro a tua paciencia. Não tivesses tu o amor como talento e esta relação já teria ruído, pois eu não tenho estofo para a entrega.

Não é que eu seja adepta de realitty shows mas…

… metem-me um tipo destes, que é SÓ o meu género (TOTALMENTE), a passar várias horas ao dia na minha Tv e… querem que os meus joelhos não fraquejem?
Ele tem 30 tatuagens, ele tem piercings nos 2 mamilos, ele tem um alargador na orelha, ele tem olho verde, ele é moreno, ele anda quase sempre de barba (como eu venero uma boa barba serrada…). Ele é um Deus, pah!
Fosse eu aquela tonta da Daniela que tem por missão fingir-se apaixonada por ele e já veriam voces! Ganhava o Óscar de melhor actriz!
Eu acho que a Daniela deve ser lésbica… só pode! Como é que alguém reage com ar de nojo ao facto de ter de beijar este homem?!?
A voz dava-me uma missão destas e eu começava logo ali no confessionário.
 PS: sim, eu tenho um gosto diferente no que toca a homens. Gosto de pessoas diferentes, alternativas, com caracter/estilo próprio e mau feitio (contribui para o desafio). E confesso que acho muito sexy o sotaque do Norte.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Leituras deste verão:






PS: Oh my God! O Truman Capote criou a personagem Holly Golightly baseando-se em mim, só pode! Nunca me identifiquei tanto com um livro. Estou cheia de vontade de ler mais coisas deste grande senhor.
E o Júlio Cortazar… digamos que é a primeira vez na vida que aprecio a escrita de alguém ao nível dos Contos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

As minhas novas heroínas:

Pois é! Agora venero e muito as empregadas domésticas!
Não é fácil, sobretudo quando se é interna. É como não ter vida.
Eu não me posso queixar. Depois do choque inicial e de eu explicar que vinha para outras funções e que não sabia mesmo fazer nada da lide doméstica, a Princesa foi porreira e deixou-me encarregue apenas das limpezas matinais, libertando-me de passar a ferro e afins (acho que temia pela segurança das suas roupas Channel).
Tive 2 semanas a trabalhar no seu Chalet de Madrid para me ambientar aos seus hábitos e depois, as restantes 5 semanas, fui para a sua casa de praia em Marbella.
Confesso que para membro da monarquia, a Princesa até era acessível e simples.
Claro que tinha as suas coisinhas ridículas, como por exemplo, eu tinha de lhe abrir um pouco os lençois sempre que ela se queria deitar; o seu copo para colocar a pasta e escova dos dentes era de prata; o seu cão (liiiiindo de fofo e que eu tive vontade de raptar) tinha uma coleira de prata e de marca, bem como cabeleireiro e cozinheira só para ele.
No meio deste mundo novo, ainda lucrei! Todas as sextas-feiras tinha folga e aproveitava para me meter num autocarro e conhecer outras cidades. Fui a Málaga, a Estepona, a Ronda e a Trujillo. Também me posso gabar de conhecer como a palma da minha mão Madrid.
E tenho de admitir: ainda bem que fui “enganada”. Se soubesse que ia para empregada doméstica, a minha arrogancia e pretenção não me teriam deixado ir.
Acredito que tudo acontece por alguma razão, o nosso rumo está traçado e temos sempre algo a extrair das pedras que pisamos. Sei claramente que esta experiencia me foi fundamental para a minha formação como ser humano e me fez ponderar nos meus valores.
As empregadas daquela casa eram paraguaias pobres que estão há anos em Espanha a mandar todo o seu salário para os filhos, pobres crianças que estão no Paraguai a crescer sem a presença materna. São mulheres de garra, incríveis, leoas protectoras a dar a pele pelas suas crias. Uma delas tinha 24 anos e já 2 filhos às costas… Emocionei-me com ela. Quando a olhava, pensava que aquela poderei ser eu…
 
 
Foi sem dúvida como estar no limbo.
Estive entre a nobreza e o povo.
Um capítulo mais na minha biografia que é sem dúvida o mais rico até ao momento.
Mas não vou parar! Auto-defino-me como uma coleccionadora de vivencias e, como tal, estou a espera de mais peripécias nos meus dias.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Se queres algo bem feito tens de ser tu próprio a fazê-lo



Sou uma pessoa bastante aventureira.
Aos 17 anos envolvi-me num projecto que me levou a viver sozinha pela primeira vez e numa outra cidade durante 2 semanas.
Aos 20 anos fui participar da organização de um colóquio internacional em Mérida que me levou a ficar nessa cidade 1 semana (sendo a única portuguesa) e sem telemóvel (opção minha, que me pareceu mais relaxante e que me permitiu aproveitar mais aquele momento).
Este verão, aos 22 anos, decidi ir trabalhar como babbysitter para Madrid. Mas foi a primeira vez na vida que me meti numa aventura que não estava planeada por mim. E no que resultou? Numa valente dor de cabeça!
Então não é que cheguei a Madrid e em vez de um casal com 3 ou 4 filhos, encontro uma tipa de 68 anos viúva?!?
E além disso princesa (mesmo da família real, minha gente! Não estou a inventar!), prima do rei de Espanha?!?
 
 
PASSEI-ME!!!
 
 

Obviamente não queria uma babbysitter e sim uma empregada doméstica para as férias.
Foi aí que colapsei! Porque vamos lá a ver… eu posso ser uma querida e ter nascido para muita coisa mas para tarefas domésticas e coisas assim mais a tombar para o prático, sei que não!
Como a minha mãe sempre esteve em casa a cuidar do meu irmão, também sempre foi ela a fazer a gestão doméstica. Eu nunca lavei a minha própria roupa; não sei cozinhar; nunca tinha mexido numa máquina de fazer café; nunca passei a ferro…
Estão a ver o filme onde me meteram?
E até agora continuo sem perceber onde está a falha de comunicação… Porque a Princesa jura a pé juntos que nunca pediu uma babbysitter ao seu contacto português e o homem jura que nunca lhe falaram em empregada…

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Regressarei brevemente ao blog mas entretanto vou só ali…


… passar uma semaninha em Leiria com o namorado.
 
 
Tenho muitas novidades e aventuras espanholas para vos contar mas como estive 8 semanas fora, tenho agora a tarefa de me redimir junto do boyfriend. Estou a descobrir agora o quão milagroso e apaixonante pode ser um período de ausencia.