sábado, 31 de dezembro de 2016

Viva e preparada para 2017

Foi um ano de luta e recaidas constantes.
Mudei-me para Lisboa em setembro de 2015 e so em 2016 consegui parar de chorar e de me arrepender da decisão.
Arranjei um excelente emprego, vivi em 3 casas em três locais distintos.
Tive mais homens neste ano que em toda a minha vida.
Fiz amigos importantes e bons. Parece que agora sim, quando for embora, já me vai doer qualquer coisinha que deixo cá.
Foi um ano interessante. Com muitos desafios pessoais e espirituais.
Em janeiro adoptei o Icaro.
Passei a passagem de ano com um amor que se revelou agressivo e doentio.
Passei o aniversario mais estranho de sempre nesta cidade, sentindo-me só no meio de tantos.
Envolvi-me com um campeão de Muay Thay e fui usada pela primeira vez na vida por um tipo playboy.
Tive o verão mais aborrecido de sempre, nesta cidade tão rapida, cheia de gente vazia e ocupada.
Fiz amigos inesqueciveis neste ultimo trimestre. Um deles, Angel, que pelo nome já diz tudo. Um anjo que me caiu de paraquedas, jovem, um pequeno irmão mais novo que me dá sabios conselhos e muitos abraços.
Primeiro ano de faculdade feito com sucesso. O segundo ainda vai a meio.
Depois de muita luta, muito queixume e ameaças de congelar a matricula, lá consegui o estágio que pretendia: vêm aí 2 anos de refugiados e emigrantes.
Uma das minhas melhores amigas descobriu o cancro um mês após fazer 32 anos. E tem sido uma honra apoia-la e presenciar o seu espirito forte.
Descobri que Lisboa me absorveu e tambem eu me tornei numa pessoa "rápida" e ocupada, longe de mim mesma e uma "cabra" com homens. Resolução para 2017: acalmar e esquecer os homens!

Venha 2017. Ano para o qual não tenho resoluções nem expectativas. Apenas que continue calmo, tranquilo, mantendo a gratidão que carrego no peito, mantendo o meu bom emprego, os amigos sorridentes, as boas notas e os meus gatões saudaveis. Lamento se não festejo o ano novo com mais euforia mas... isto de viver numa cidade que não nos diz nada, que não ressoa na nossa alma tem destas coisas; tudo se sente em vão e sem sabor.

domingo, 11 de dezembro de 2016

CAMPANHA CONTRA ADOPÇÕES DE IMPULSO


Chegou o Natal, a época do ano em que mais filhotes são comprados e oferecidos a criancinhas que, mais ou menos pela altura da Pascoa, decidirão que é chato ter de sair de casa em pijama todas as noites para levar o cão a fazer xixi, que entretanto também já incomoda porque larga muito pelo e sobretudo, porque cresceu. Os pais farão contas à vida e entenderão que mais vale deixa-lo na beira da estrada porque, "seguramente", alguém ira reconhe-lo e assim se mete debaixo do tapete o peso na consciencia. No próximo natal compra-se outro! Mais bebe, mais bonito e mais pequeno, de preferencia com pedrigree. Um pincher, quiças.
E a prenda do natal anterior vagueará pelas ruas, com fome, com frio, com pulgas, doente, debaixo de chuva, sem saber o que lhe aconteceu, sem entender porque o seu humano amado lhe fez um crime destes.

Este Natal não compre. Não compre nunca!
Adopte.



O Eros foi-me oferecido com 5 semanas de vida. Quase a fazer 4 anos, posso dizer-vos que é o amor da minha vida, tudo gira em torno dele. Às vezes vejo as suas fotos de bebe e dá-me uma nostalgia gigante! Que vontade de voltar a ter um gatinho assim, que cabe na palma da mão, que faz gracinhas. Mas também tenho saudades minhas de quando tinha 18 anos. Portanto.. e a vida! Não o acho menos bonito actualmente, nem o amo menos.
E o Ícaro? O retrato vivo deste texto. Nascido numa colonia, agredido, não tem a maioria dos dentes, tem o nariz e o maxilar fraturados, os pulmões danificados dos invernos na rua, o peito deformado, com ossos salientes devido a pontapés... mas aqui está. Com uma casa, uma dona que o ama e um poço de gratidão a cada dia. É docil, um guerreiro, não reclama de nada no veterinário. Esteticamente não é tão bonito como o Eros, mas interiormente supera-o. Tirei-o das ruas em janeiro, calcula-se que fará agora, novembro / dezembro uns 3 anos... E eu não poderia estar mais apaixonada por ele!

Semana final

Ultima semana de aulas. Muitas noitadas. Muitas ampolas de Cerebrum.
E hoje directa. Sem possibilidade de me deitar nem pela manhãzinha porque às 11h tenho de estar na faculdade para elaborar um trabalho de grupo.
Mas com este apoio, tudo se faz.


E quase 4 anos depois, o principe maléfico continua a chuchar-me no pescoço a cada noite

sábado, 3 de dezembro de 2016

Mais 1 ano

Este mês faria 1 ano na empresa. Como tal colocava-se o dilema: renovar ou não?
Apesar da entrada em outubro de um novo chefe com o qual tenho alguns conflitos e opiniões divergentes, parece que a meritocracia ainda existe. Renovaram-me por mais 1 ano alegando a minha disponibilidade e produtividade.
O meu departamente está também a crescer a olhos vistos e contrataram 12 pessoas mais, todas da américa latina (o meu departamento é sobre um sector especifico que exerce em Espanha, logo o castelhano perfeito e fluente é obrigatorio). E a verdade é que os latinos não têm nada a ver com os portugueses. O nosso país é bonito, seguro e pacifico. As pessoas são recatadas, falam baixo e são até amaveis. Mas convenhamos, somos tristes. Somos o Fado. Os latinos não. Aconteça o que acontecer tudo está bem, amanhã estará melhor e o importante é agradecer sempre. Gosto desta postura! Desde a entrada destas pessoas novas que a empresa mudou para melhor. O ambente sempre foi bom, sempre gostei desta "casa" mas agora está incrivelmente melhor. É tudo tão facil, as pessoas são tão abertas e acessiveis que se estão a criar verdadeiras amizades. Frequentamos as casas uns dos outros, saimos à noite e eu, finalmente, estou a respirar melhor, com mais ânimo nesta cidade. Agora sim acho que vou viver, dar-me a conhecer e aproveitar o meu tempo na capital. Ainda que continue a ver chegar com alivio o dia em que partirei...