quinta-feira, 5 de maio de 2011

Conversas #3#


(enquanto víamos televisão, assim do nada)

João:
Tenho medo… Muito medo...
Eu: Hum? Medo? Estás a falar do quê?
João: Do que estou a sentir. Há muito tempo mesmo que não tinha este sentimento.
Eu: Mas tu estás a falar de quê, homem?
João: Digamos que já não estou simplesmente a gostar de ti. Estou a passar para outro nível, para outra etapa. Estou a ver a fase seguinte muito próxima.
Eu: Tu estás apaixonado por mim?
João: Ainda não… mas estou a ficar. E isso preocupa-me muito! Sabes há quanto tempo não me apaixono? 6 anos! Depois das relações complicadas que tive em que me entreguei demasiado e fui traído, comecei a odiar as mulheres! Andei numa má fase durante 4 anos em que só queria as mulheres para sexo, nada mais! Cheguei a ter mulheres aos meus pés a chorar, a dizerem-me que me amavam e eu ali, indiferente, a maltrata-las e manda-las embora. Depois parei, ganhei juízo. Percebi que também não podia ser assim eternamente. O ano passado comecei a namorar sério novamente. Durou 9 meses mas também não correu bem. Ela só queria noitadas, bebedeiras e o meu dinheiro. Gostei dela, claro. Mas não me apaixonei.
Eu: Com esse passado amoroso compreendo-te. É normal que duvides, que tenhas um entrave quando se fala em confiar, em entrega e amor. Tens medo que eu também te traia?
João: Até não! Não sei porquê, mas confio em ti. Nunca pensei até confiar tanto numa pessoa! Simplesmente sei que durante estes 6 anos tive uma pedra no coração e ela agora rachou completamente! Tenho medo de me magoar outra vez. Tenho receio que esta relação falhe porque já percebi que estou a colocar inconscientemente demasiadas expectativas sobre ti.
Eu: Não faças isso. Deixa as coisas acontecerem. Não coloques expectativas sobre mim porque eu tenho apenas 22 anos. Sou uma gaiata perto de ti. Tu vais fazer 30 anos! Luta por ti, faz por ti. E não bloqueies o que sentes. Se te apaixonares, isso será óptimo! Ninguém deve ter uma pedra no coração. A vida é para ser sentida e vivida, não arrastada num sem viver. Não me bloqueeis em ti.

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