segunda-feira, 28 de novembro de 2011

De como os laços paternais são bonitos

Esta manhã passei pelo meu Pai.
Ele continuou a falar com um senhor, fingindo não me ver.
Eu ergui a cabeça e andei direita e poderosa, fingindo não o ver.
É tão estranho passar pelo meu progenitor e ele não me dizer nada.
Só conseguia pensar na importancia de lhe demonstrar o quão independente e bem eu parecia. Apenas isso. Queria que ele percebe-se o quão leve e airosa e magra eu ia.
Tratei-o e viu-o como outro qualquer homem, um homem a quem queria impressionar e dar desprezo.
Definitivamente, não te vejo como Pai.
Não tenho um e isso já não me entristesse.

3 comentários:

  1. Já me aconteceu isso...
    Quando mudei de casa com a minha mãe e irmã, em Outubro 2008, o meu pai ficou super frustrado devido ao acontecimento... então no dia 24 de Dezembro de 2008, decidiu ligar à minha irmã e dar-nos uma bela prenda de Natal, que foi deixar de falar connosco! Em Março de 2009, perto do aniversário da minha irmã, decidiu dar-lhe outra prenda! Tirar-lhe o carro que ela sustentava com o trabalho dela, que estava apenas no nome dele. Deu-se ao trabalho de falar com ela apenas para lhe dizer que queria o carro.
    Passaram-se meses... Eu ia almoçar a casa dos meus avós (e do meu pai) quase todos os dias durante a semana. Pois eu sentava à mesa com aquele homem e ele nunca me dirigiu a palavra! Ignorava-me e eu fazia o mesmo, era como se não existíssemos um para o outro, como se houvesse um vazio... Eu chegava a passar por ele na rua, eu a pé e ele de carro e nem olhava para mim. Confesso que inicialmente me magoava muito, mas depois começou a ser-me indiferente.
    Só em Março de 2010 é que recomeçamos a falar, e pronto até agora continuamos a fazê-lo, mas não sei se será durante muito tempo...

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  2. É duro. o que escreveste é duro mas conseguir escrevê-lo é sinal de muita força. Existem ctitudes quer não se explicam aos olhos de pessoas "normais" mas infelizmente elas acontecem e temos todos de lidar com elas.

    Beijinho grande

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