segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

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Eu: Que tal de aniversário?
Ela: Por acaso, até estou bem. É o primeiro ano que estou a gostar de fazer anos. É sinal que estou viva.

Foi bom ouvir-te dizer isto.
És sempre tão pessimista, tão antiquada, de alma tão pesada e negra.
Quando te apareceu o cancro da mama em Maio, foste-te abaixo. Achaste logo que eras o próximo alvo da família. Lembraste-te de todo o sofrimento pelo qual passou o meu irmão e assumiste que o mesmo estaria à tua espera. Mas não.
O teu cancro, apesar de ser dos mais agressivos, foi detectado a tempo e logo te operaram.
A quimio não passou de um tratamento de prevenção, não de cura, o que foi maravilhoso. Sabias que não estavas a lutar pela sobrevivência. Agora estás na fase da radioterapia. Mas dentro de 1 mês tudo estará terminado.
Em breve, a tua peruca será uma recordação de um sofrimento passado e o teu lindo cabelo florescerá.
Só tenho pena de uma coisa: com tudo o que aconteceu não aprendeste nada.
Tudo acontece por um motivo. As pessoas sofrem para aprenderem. Mas tu não. Continuas com o discurso da vítima, achas que tudo te acontece apenas a ti, continuas a prender os teus filhos em casa e achar que metê-los numa bolha é a melhor opção, continuas a ter uma relação superficial com o teu marido.
Tenho mesmo muita pena que não cresças.
Mas como diz o ditado “Burro velho não aprende línguas novas”.
Que os próximos anos sejam pautados de muita saúde e sorte.
São os desejos da tua afilhada “maluca”, como tu me chamas.

AMO-TE MADRINHA

4 comentários:

  1. Fico feliz pela tua madrinha!
    Fez oito anos, em Outubro, que a minha mãe foi operada ao mesmo problema... ela tinha na altura 43 anos, estava quase a fazer os 44. Também passou pela quimioterapia e pela radioterapia! Felizmente, ao fim destes oito anos tudo continua estável e parece estar tudo bem, mas de uma coisa tenho a certeza, ela cresceu e aprendeu com o problema. Apesar de se ter tornado um pouco mais "fria", logo a seguir, passado uns tempos voltou a ficar "normal". Ela dois dias depois de fazer a quimioterapia ia trabalhar, só para não aturar o meu pai, que muitas vezes lhe chegou a dizer que ela devia ter morrido, e eu assisti a tudo isso, mas ela foi forte e venceu! Há uns tempos atrás quando descobriu outro caroço na mama ficou aflita, no fim não era nada, mas compreendo a preocupação. Tenho medo que lhe aconteça de novo, porque ela há uns tempos atrás disse que se lhe acontecesse de novo, não iria conseguir "suportar" e se iria deixar morrer, mas também penso que isso foi uma fase... agora as coisas estão a correr bem, quer a nível de saúde física e mental, espero que continuem assim, quer para a minha mãe, quer para a tua madrinha, quer para ti!

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  2. Ai o teu pai é tããããão igual ao meu -.-'
    Que bestas!!
    M, tem atenção. Quando uma mãe tem cancro, as filhas passam automaticamente a inserirem um grupo de risco. Faz exames anualmente.
    A tua mãe foi muito forte.

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  3. Não é nada fácil acompanhar pessoas que nos são queridas a passar por uma situação dessas, mas como tu disseste, o importante é ultrapassar a situação e aprender alguma coisa com isso.

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  4. Ainda bem que a tua madrinha está a ir bem e que a situação está controlada. Talvez ela tenha aprendido mesmo alguma coisa, mas não o demonstre..

    Eu estou em veterinária, também gosto muito da cidade. Tens de voltar um dia =) quem sabe se um dia mais tarde retomas a vida académica. Um grande beijinho*

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