Álcool

Não tolero! Até os amigos o sabem. Peçam-me um rim e dou-vos os dois, mas não me obriguem a aturar ninguém bêbedo. É mais forte do que eu! Não percebo a necessidade que as pessoas têm de alterar os sentidos. Acham divertido? Pois eu acho uma seca alguém alucinado e com fortes probabilidades de vomitar.

Gosto de gente lúcida, gosto de quem sabe o que diz, gosto de saber que me estão a dar atenção.

Além do mais, implicância minha à parte, há quem até seja um bêbedo divertido e há quem se transforme noutra pessoa. Como o meu namorado, por exemplo.

O João pode até ser um namorado de ouro, mas quando bebe até o olhar muda. Olho para ele e não o vejo. Está ali alguém que não é o homem que eu amo. Torna-se paranóico, ríspido e até agressivo. E é justamente por já me ter chateado tantas vezes que, depois de mais uma cena na sexta-feira, resolvi acabar o namoro.

Ele implorou, disse que mudaria mas como ele já fez esse mesmo discurso tantas outras vezes, já nem ligo. Não acredito.

Estou triste, sinto a falta dele, ontem adormeci a chorar, mas tem de ser. Eu pretendo dar um tempo para que ele pondere. Mas claro que não lhe disse isso, disse-lhe que estava a acabar definitivamente. Quero que ele se assuste, quero que pense que me perdeu. Quero saber se ele muda por mim.

Neste momento, posso dizer que estou solteirinha. Mas o meu coração está a sentir-se sozinho. E ainda só passaram 4 dias...