quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Reciclagem social

Tiram 50€ de todas as reformas, as urgências passam a custar 20€, as consultas nos centros de saúde passam a custar 5€, as comparticipações nos medicamentos são cada vez menos…
Acho que o Estado anda a tentar diminuir a densidade populacional. Primeiro, o Passos Coelho manda os professores emigrarem, agora cortam no dinheiro dos reformados ao mesmo tempo que tornam inacessível o sistema nacional de saúde. Assim, só me resta sugerir que entremos num processo de reciclagem social.
Ora vejamos: morre o avô (ou de frio porque não pode pagar a electricidade, ou de fome porque a farmácia levou-lhe a reforma, ou de doença porque o que recebe nem chega para a medicação) e para se poupar no enterro, mete-se o velho no congelador, corta-se às postas e vai-se comendo (o Continente que ganhe às custas de outros). Entretanto, com o cabelo do falecido faz-se uma peruquinha e vende-se a alguém com cancro. Trabalha-se bem a pela do morto e com ela fazemos um couro bom com múltiplas funcionalidades. Os ossos dão-se aos cães.
E assim se gera este ciclo de solidariedade social digno de um Estado como o de Portugal.

3 comentários:

  1. Este país está uma vergonha enorme.

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  2. É verdade que eles estão a cortar muito nas despesas, mas também é verdade que para grandes feitos, grandes sacrifícios.
    Inicialmente eu fui contra a eleição do Passos para primeiro ministro, avisei toda a gente à minha volta que ele ia apertar o cerco de uma forma inacreditável e depois todos se iam arrepender de o ter colocado lá. Mas nessa altura esperava medidas absurdas, tal como os discursos que ele fazia, só que a verdade é que ele me surpreendeu.
    Tem tomado medidas que deviam ter sido tomadas há muito tempo, sim, e daí que agora tenham um impacto tão brutal. Mas acredita que se não for assim Portugal entra num caminho de decadência sem retorno...

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  3. Kim: Concordo que para grandes males, grandes curas. Mas tirar 50€ de reformas que por si só rondam os 200€ parece-me deshumano. Custa-me muito ouvir nas notícias que há gente a morrer de frio por não ter como pagar a electricidade. E a falta de medicação? Isto para mim já não é uma civilização.

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