sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Toc toc



Abre-me a porta uma senhora na casa dos 40 e tantos anos com as mãos ensanguentadas.
Os meus olhos fixaram-se naquele aspecto e, seguramente, devo ter ficado pálida, porque a senhora justificou-se logo. “Ah passe, passe! Estava só ali a matar um perú!”.
“Um perú? A matar? Estava vivo…?”, balbuciei eu.
“Sim, no Natal gosto de ser eu a matar a comida. Venha, estou ali na cozinha”. Disse ela e eu, parva, segui-a. Ora dei de caras com um bicho cheio de golpes no pescoço, cabeça retorcida, patas para o ar…
Ai Deus, como foi que não vomitei?!?

6 comentários:

  1. Com esta história lembrei-me do que a minha avó me dizia em pequena: "Para matar um peru em primeiro lugar deve-se embebedá-lo!"
    Podes ficar descansada porque nunca matei nenhum.. O mais certo era dar-me uma coisinha má a mim e não ao perú! ;)
    Imagino a tua reacção ao veres as mãos cheias de sangue..
    A maior força para o trabalho e portas que te esperam!
    Ps.: Admiro imenso a tua força de vontade. :)

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  2. Benedita: Nao admires... porque já tenho a demissão marcada e apesar de precisar do dinheiro para sobreviver, estou a rezar para que o dia de despedimento chegue. Só eu sei o que custa.

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  3. Raven, "falei" no geral (já leio o teu blogue desde que começaste a escrever).. E continuo a admirar-te! Lembra-te que é importante sabermos reconhecer os nossos limites! Todos nós temos um máximo e um mínimo.. É uma decisão que em nada é fácil. Portanto, parabéns por isso!
    Uma vez mais, muita força! Beijinho*

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  4. Benedita: Muito obrigada pelas tuas palavras, de coração.

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  5. A mim dava-me uma coisinha má.

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