quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

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Ela descobriu que depois de 10 anos de namoro, foi traída.
Como toda e qualquer mulher magoada, encarnou num agente do FBI e depressa descobriu nessa famosa base de dados superior à da Interpol, o Facebook, uma foto do traidor com a nova conquista algures num bar.
Num acto impulsivo de vingança, ela partilha a foto, escreve algo sobre “vergonha e falta de respeito” e identifica todos os seus amigos e os dele também.
Não totalmente satisfeita, começa a identificar familiares de ambos.
Como se estivessem em casa ou numa conversa privada, até o pai dela decide dizer “Minha filha, porque estás assim? Quantas vezes me disseste que já nem gostavas dele mas que eram já 10 anos e não tinhas coragem de terminar? Deverias estar aliviada. O que estás a sentir é apenas o que uma criança sente quando perde um brinquedo”. Pai querido, este.
Depois, seguiram-se comentários de apoio das irmãs, sempre a ofender o namorado traidor.
Aí surgiu a família do infame, a acusarem-na de expor e perseguir o rapaz.

Resumindo: a sério que havia necessidade de gritar a plenos pulmões perante toda a comunidade internáutica que foi encornada?!? Havia necessidade de se humilhar e dedicar o tempo a expor o tipo e a colocar focos sobre o seu novo enfeite de cabeça? E ainda mais inacreditável é a resposta do pai dela… o senhor tem noção que envergonhou a filha, que qualquer um lê aquilo e que não se encontra em casa? As redes sociais estão a ganhar contornos ridículos e assustadores!

3 comentários:

  1. Coisas como esta deixam-me imensamente "triste". Ao ponto que uma pessoa pode chegar. E o não saber distinguir uma rede social da vida real é mais do que assustador!

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  2. Sexo: Sim, uma conhecida minha. Vi este circo no estado dela, com este olhões meus!! Fiquei sem saber se ria ou lhe desejava as melhoras.

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