Fluir

Faz amanhã 1 mês que aconteceu toda aquela situação assustadora e violenta entre mim e o ex namorado. Nunca mais nos cruzamos. Até ontem.

E foi estranho. Estranho por vários factores.

Primeiro, porque no curso de Reiki, a meio da primeira meditação pensei nele e vi-me a despedir dele. Senti no meu íntimo que o estava a deixar sair da minha vida. Vi o rosto dele, sorri carinhosamente e pensei “Vai… sê feliz”. E vi-me a abraça-lo com verdadeira compaixão e a desejar-lhe o melhor. Depois ele partiu e a minha mente ficou em paz e não voltei mais a ser assaltada pela sua lembrança.

Há noite fui a um bar com um amigo e ele estava lá. O estômago embrulhou-se e fiquei nervosa. Mas depressa passou e a pena assumiu o controlo. Ele estava acompanhado de um tipo completamente idiota, má companhia, que adora borgas. Calculo que ele próprio estivesse, como vai sendo hábito, alcoolizado. Não nos falamos, mal nos olhamos. E senti-me triste. Acho tão imatura esta postura. Foram 2 anos tão difíceis mas cheios de amor e temos tanto a agradecer-nos um ao outro, que acho triste esta atitude de desconhecidos. Por mim, ele seria aquela pessoa a quem eu poderia dar um abraço sentido cada vez que nos cruzássemos e desejar uma sincera felicidade e amizade. Mas nem todos sabemos ser agradecidos e entender a vida, como tal não o posso obrigar a tirar a revolta do coração.

Espero apenas que ele fique bem e não se perca mais. Porque eu, cada vez mais tenho a certeza que não estávamos destinados a ficar juntos. Precisamos de pessoas diferentes. Éramos demasiado opostos. Fomos o casal mais improvável de sempre. Foi bom. Enquanto durou.

Sê feliz e que um dia saibas sorrir-me e cumprimentar-me sem raiva. Fico à espero do dia em que nos abraçaremos com amizade sincera.