Tudo mudou na manhã em
que aceitei a minha situação. Há quase 2 semanas atrás.
Desde aí que a meta é:
não perder a fé no amanhã, sorrir para o presente e aguentar firme. Mas não
contava com esta…
Fui a casa do João buscar
as quotas da Associação Animal. Não passei da primeira divisão, claro. Afinal,
ele vive numa casa escolhida e mobilidade por mim. Acabamos 2 semanas antes
dele se mudar e nunca cheguei a ver o resultado final. Prefiro não ver.
Primeiro, um clima tenso.
Depois, palavras poucas, conversa de circunstância. De repetente, volta o tema
do passado. E ele decidiu ser sincero e mexer-me com o coração, tirar-me as
entranhas, virar-me do avesso e deixar-me com um buraco ainda maior no peito.
Disse-me que me ama. Muito. Ama-me, não consegue nem pensar em conhecer outras
mulheres, pensa em mim constantemente, em como deveríamos estar a planear a
vida a dois naquela casa MAS que apesar de tudo, tem a certeza que tomou a decisão
certa, que não éramos felizes nem nunca seriamos por um sem fim de coisas,
posturas diferentes, educações opostas, estudos distintos, interesses antagónicos,
a família dele, a família dele, a família dele… Pois, ele encravou neste ponto.
Disse-me que não aguentava mais nem sabia o que fazer; de um lado eu, que só de
ver na rua a mãe e a irmã dele tinha um ataque de ansiedade e do outro lado eles
que me queriam longe e, inclusive, a mãe ameaçou que se matava se a nossa
relação continuasse. Não o julgo, acredito que ele tenha sofrido tanto ou mais
do que eu nesta relação. Mas o discurso dele foi tão egoísta. No fim, eu andei
meses a culpar-me, a achar que devia ter aguentado mais, aceitado mais aquela família
que me ameaçou fisicamente. Culpei-me e culpei-me. E descobri que ele, apesar
do amor que diz ter, não se acha culpado de nada. Apenas uma vitima das circunstâncias.
A relação correu mal por causa da família, por causa do meu feitio, e por aí.
Ele deixou de ser ele próprio, ele penou, ele andou triste… tudo ele. Ah e
desde que acabamos, sabendo ele que eu fiquei com alguns problemas de saúde na
altura, nunca mais me ligou a saber como eu estava porque (adoro esta parte)
ELE está mal, ELE precisa de espaço e tempo, ELE tem de se reencontrar, ELE
saiu de uma relação difícil de 3 anos, ELE, ELE, ELE.
Resumindo: a parte de
mim que o ama está feliz por saber que ele se mantém sozinho e bom moço. Não
estou preparada para vê-lo com outra, por amor de Deus. Mas a minha outra parte
forte, racional, com amor próprio, não consegue deixar de pensar como pude eu
estar tanto tempo com alguém tão egoísta e mimado.
A parte boa disto? É
que posso estar com a ansiedade a mil, um buraco enorme no peito mas no momento
em que ele se aproximou de mim e disse que mexia muito com ele e lhe custava
não me poder beijar, eu apenas pensei “E? Quero lá saber de beijos!”.
Soma e segue!
A dor mantem-se, já
somos companheiras. Mas estou feliz por saber que não me apetece cair-lhe nos
braços quando o vejo, não sinto falta dele fisicamente (nem penso nisso) e que
afinal estou mais forte do que pensava.
Dói, dói muito mas sei
que vai passar. E agora só espero não o ver em várias semanas, de preferência meses.
Porque mesmo sabendo que ele é um egoísta infantil, o meu coração estremece
cada vez que o vê.
Se a declaração dele
sobre o facto de me amar e estar sozinho sem avançar com a vida dele teve algum
impacto em mim? Me deu esperanças de algo? Não. Só fiquei mais triste por nos
amarmos mutuamente e termos falhado em larga escala. Confirmei que este foi um
amor doente e falhado. É triste. Fica um vazio.
"a mãe ameaçou que se matava se a nossa relação continuasse"...esta mexeu comigo!
ResponderEliminarForça!*
É verdade que é uma pena amarmos alguém que nos ama e esse amor falhar assim. Mas na verdade o facto de amarmos alguém não significa que essa pessoa é a certa para nos fazer feliz. E o João com toda essa dinâmica familiar e sem força para conseguir lidar com ela, não será para já a pessoa certa para ti. <=)
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