domingo, 27 de abril de 2014

O Amor é uma loucura


Tudo mudou na manhã em que aceitei a minha situação. Há quase 2 semanas atrás.
Desde aí que a meta é: não perder a fé no amanhã, sorrir para o presente e aguentar firme. Mas não contava com esta…
Fui a casa do João buscar as quotas da Associação Animal. Não passei da primeira divisão, claro. Afinal, ele vive numa casa escolhida e mobilidade por mim. Acabamos 2 semanas antes dele se mudar e nunca cheguei a ver o resultado final. Prefiro não ver.
Primeiro, um clima tenso. Depois, palavras poucas, conversa de circunstância. De repetente, volta o tema do passado. E ele decidiu ser sincero e mexer-me com o coração, tirar-me as entranhas, virar-me do avesso e deixar-me com um buraco ainda maior no peito. Disse-me que me ama. Muito. Ama-me, não consegue nem pensar em conhecer outras mulheres, pensa em mim constantemente, em como deveríamos estar a planear a vida a dois naquela casa MAS que apesar de tudo, tem a certeza que tomou a decisão certa, que não éramos felizes nem nunca seriamos por um sem fim de coisas, posturas diferentes, educações opostas, estudos distintos, interesses antagónicos, a família dele, a família dele, a família dele… Pois, ele encravou neste ponto. Disse-me que não aguentava mais nem sabia o que fazer; de um lado eu, que só de ver na rua a mãe e a irmã dele tinha um ataque de ansiedade e do outro lado eles que me queriam longe e, inclusive, a mãe ameaçou que se matava se a nossa relação continuasse. Não o julgo, acredito que ele tenha sofrido tanto ou mais do que eu nesta relação. Mas o discurso dele foi tão egoísta. No fim, eu andei meses a culpar-me, a achar que devia ter aguentado mais, aceitado mais aquela família que me ameaçou fisicamente. Culpei-me e culpei-me. E descobri que ele, apesar do amor que diz ter, não se acha culpado de nada. Apenas uma vitima das circunstâncias. A relação correu mal por causa da família, por causa do meu feitio, e por aí. Ele deixou de ser ele próprio, ele penou, ele andou triste… tudo ele. Ah e desde que acabamos, sabendo ele que eu fiquei com alguns problemas de saúde na altura, nunca mais me ligou a saber como eu estava porque (adoro esta parte) ELE está mal, ELE precisa de espaço e tempo, ELE tem de se reencontrar, ELE saiu de uma relação difícil de 3 anos, ELE, ELE, ELE.
Resumindo: a parte de mim que o ama está feliz por saber que ele se mantém sozinho e bom moço. Não estou preparada para vê-lo com outra, por amor de Deus. Mas a minha outra parte forte, racional, com amor próprio, não consegue deixar de pensar como pude eu estar tanto tempo com alguém tão egoísta e mimado.
A parte boa disto? É que posso estar com a ansiedade a mil, um buraco enorme no peito mas no momento em que ele se aproximou de mim e disse que mexia muito com ele e lhe custava não me poder beijar, eu apenas pensei “E? Quero lá saber de beijos!”.
Soma e segue!
A dor mantem-se, já somos companheiras. Mas estou feliz por saber que não me apetece cair-lhe nos braços quando o vejo, não sinto falta dele fisicamente (nem penso nisso) e que afinal estou mais forte do que pensava.
Dói, dói muito mas sei que vai passar. E agora só espero não o ver em várias semanas, de preferência meses. Porque mesmo sabendo que ele é um egoísta infantil, o meu coração estremece cada vez que o vê.
Se a declaração dele sobre o facto de me amar e estar sozinho sem avançar com a vida dele teve algum impacto em mim? Me deu esperanças de algo? Não. Só fiquei mais triste por nos amarmos mutuamente e termos falhado em larga escala. Confirmei que este foi um amor doente e falhado. É triste. Fica um vazio. 

2 comentários:

  1. "a mãe ameaçou que se matava se a nossa relação continuasse"...esta mexeu comigo!

    Força!*

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  2. É verdade que é uma pena amarmos alguém que nos ama e esse amor falhar assim. Mas na verdade o facto de amarmos alguém não significa que essa pessoa é a certa para nos fazer feliz. E o João com toda essa dinâmica familiar e sem força para conseguir lidar com ela, não será para já a pessoa certa para ti. <=)

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