Estávamos em Maio,
tinha acabado de chegar de uma semana de conferencias em Mérida, nas quais
tinha feito parte da organização, quando o conheci através no meu blog, naquela
época com outro nome e associado a mim, com a minha verdadeira identidade,
público a todos.
Aqui no blog vou-lhe
chamar Almeida (nome fictício como todos).
Mais 2 anos que eu,
escritor, premiado, intelectual, mas boémio. Amante de cigarros e whisky, uma
mente conturbada mas directa, coesa. Sexy, sabe o poder que tem, charmoso, sabe
como inebriar e causar curiosidade numa mulher. Quase caí sem recuperação possível
por aquele louco brilhante de olhos sagazes. Nem sei como me mantive
desconfiada e longe. Ou talvez saiba… no ponto crítico, surgiu o João e iniciámos
uma relação.
Entrou o João, sumiu-se
o Almeida. Aquele Almeida cuja escrita me lembrava Pessoa, aquele Almeida que
me propunha noites de prazer em que escreveríamos no corpo um do outro.
2014, voltei à cidade
em que ele vive. Encontrei-o à porta da minha casa, numa noite tardia, às 3h da
manhã, passeando o seu cão, com nome de pintor famoso.
Surpreendido, mantem o mesmo
discurso, a mesma sedução e descobri que vive duas ruas paralelamente à minha.
E eu sorrio perante esta coincidência. Saiu o João e a Vida voltou a colocar o
mesmo diabo no meu caminho. Mas a minha postura mantém-se.
Ainda não será desta,
Almeida.
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