Foram as festas da
Cidade.
As míticas. Aquelas que
todos ansiamos durante o ano, onde nos encontramos todos sem excepção, onde
dançamos até de manhã todos os dias.
Este ano? Bem… acho que
este ano foi um exemplo daquelas frases feitas que lemos por aí sobre como a vida
avança, como tudo passa quando começamos a ter muitos aniversários, como tudo
entra e sai da nossa vida até restar o essencial.
A mamy mudou-se para o
bairro social que fica longe, quase fora da cidade. Os meus amigos vivem todos
em sítios “normais”, bem localizados, pelo que foram todos a pé, ninguém levou
o carro. Logo, eu até podia ir a pé mas vir para casa, de madrugada, sozinha,
não era ideia que me fizesse sentir segura. Resultado: as piores festas de sempre!
Ia cedo e vinha ainda mais cedo. Aproveitava as boleias que conseguia. O dia
que fiquei até mais tarde foi até à 1.30h. Parecia que era novamente uma
adolescente com horários definidos pelos pais.
As minhas ex-colegas de
trabalho, que considerava amigas, pois apoiaram-me imenso no fim da minha
relação, estão tão distantes e compenetradas uma com a outra (fizeram uma
tatuagem igual no mesmo sitio) que nem me ligaram nenhuma. Só falaram para mim
para me pedirem emprego.
De outras amigas
afastei-me eu, de tão incomodada que estava já de as ver excitadas, quase nuas,
a oferecerem-se a gajos de ar duvidoso. Tanto desespero, Meu Deus…
As minhas amigas de infância
trabalharam nestes dias, pelo que nem puseram os pés no recinto. [estamos a
crescer…]
E logo no 1º dia, mal
cheguei, foi olhar em volta e zás! Dar de caras com o João. Exactamente no dia
que fazíamos 8 meses do fim. Vá, não me dêem nas orelhas que me portei bem.
Nada de ansiedade nem tristeza. Fingi que não vi para não cumprimentar e afastei-me,
fui dançar.
E no meio disto tudo só
conseguia pensar, “Nunca gostei desta cidade, não me identifico com esta
população, sempre quis sair de cá. Agora vejo que pouco ou nada me resta aqui,
as memórias do passado são mesmo e só memórias, nem devia ter saído da minha
nova casa”.
Seguir e ponderar! Tudo
muda, os anos passam e certos clichés são verdade.
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