domingo, 28 de setembro de 2014

Fim-de-semana de realidade

Foram as festas da Cidade.
As míticas. Aquelas que todos ansiamos durante o ano, onde nos encontramos todos sem excepção, onde dançamos até de manhã todos os dias.
Este ano? Bem… acho que este ano foi um exemplo daquelas frases feitas que lemos por aí sobre como a vida avança, como tudo passa quando começamos a ter muitos aniversários, como tudo entra e sai da nossa vida até restar o essencial.
A mamy mudou-se para o bairro social que fica longe, quase fora da cidade. Os meus amigos vivem todos em sítios “normais”, bem localizados, pelo que foram todos a pé, ninguém levou o carro. Logo, eu até podia ir a pé mas vir para casa, de madrugada, sozinha, não era ideia que me fizesse sentir segura. Resultado: as piores festas de sempre! Ia cedo e vinha ainda mais cedo. Aproveitava as boleias que conseguia. O dia que fiquei até mais tarde foi até à 1.30h. Parecia que era novamente uma adolescente com horários definidos pelos pais.
As minhas ex-colegas de trabalho, que considerava amigas, pois apoiaram-me imenso no fim da minha relação, estão tão distantes e compenetradas uma com a outra (fizeram uma tatuagem igual no mesmo sitio) que nem me ligaram nenhuma. Só falaram para mim para me pedirem emprego.
De outras amigas afastei-me eu, de tão incomodada que estava já de as ver excitadas, quase nuas, a oferecerem-se a gajos de ar duvidoso. Tanto desespero, Meu Deus…
As minhas amigas de infância trabalharam nestes dias, pelo que nem puseram os pés no recinto. [estamos a crescer…]
E logo no 1º dia, mal cheguei, foi olhar em volta e zás! Dar de caras com o João. Exactamente no dia que fazíamos 8 meses do fim. Vá, não me dêem nas orelhas que me portei bem. Nada de ansiedade nem tristeza. Fingi que não vi para não cumprimentar e afastei-me, fui dançar.
E no meio disto tudo só conseguia pensar, “Nunca gostei desta cidade, não me identifico com esta população, sempre quis sair de cá. Agora vejo que pouco ou nada me resta aqui, as memórias do passado são mesmo e só memórias, nem devia ter saído da minha nova casa”.
Seguir e ponderar! Tudo muda, os anos passam e certos clichés são verdade.


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