quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O Mundo está a mudar


Fui a uma conferencia sobre espiritualidade. Estava reticente. Embora seja um ser muito ligado a essa área, o tema da conferencia era a depressão. Achei que seria aborrecido e pouco me diria. Mas afinal, gostei bastante. Gostei porque o orador falou sobre depressão, tristeza e actos mais drásticos de forma real, sem rodeios. Não apresentou o depressivo como vitima mas sim como causador do seu próprio estado ao cobrar aceitação e compreensão por parte dos outros. Falou de amor próprio. Explicou o que poucos querem ouvir, que não podemos estar tristes e sentir-nos deslocados porque outros não nos entendem. Temos sim que aceitar que somos responsáveis pelas nossas opções e que os outros não têm que nos aceitar nem deixar de aceitar, ninguém tem de carregar a responsabilidade da nossa felicidade às costas.
O mais curioso foi que fomos todas, todas as mulheres da família e a minha mãe, que é quem mais necessita encarar as palavras desta conferencia, foi a única que disse que a dita tinha sido uma seca, que o homem não tinha dito nada de interessante. Para quem não ouviu nada demais, estava com cara de chateada, apanhada em flagrante.
E a sala? Um sala de conferencias de um hotel cheia, a abarrotar. Eramos mais de 100 pessoas. Fiquei surpresa. Cada vez mais as pessoas estão a ouvir o outro lado, a encarar a realidade, a encarar-se, a evoluir.

5 comentários:

  1. Concordo que as pessoas que se sentem deprimidas não podem pensar nelas próprias como vítimas nem esperar que os outros estejam lá para as amparar e lhes resolver os problemas, mas também não acho que as pessoas tenham culpa de se sentir mal. Ou seja, há decisões que tomamos que nos fazem infelizes, mas cuja opção seria mil vezes pior. Claro que devemos sempre tentar fazer o máximo possível pela nossa felicidade e encarar as coisas da melhor forma possível, mas também sei que quando estamos completamente sozinhos e ninguém nos apoia é muito dificil sentirmo-nos felizes, porque falta-nos a segurança.

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    1. Mas por exemplo e, guiando-me pelo exemplo da minha mãe, ela considera ter apoio quando todos lhe dizem o que quer ouvir e lhe passam a mão pela cabeça. Isso não é nada! Ela tem um comportamento de vitima, acha que todos estão contra ela, que todo o mal do mundo só lhe acontece a ela. Estas a ver o tipo? Então cada pessoa que alerta, que lhe diz que não é bem assim, ela considera mais um que está numa conspiração exclusivamente para a irritar. Resultado: as pessoas afastam-se. Se não lhe podes dizer a verdade, se o discurso dela é sempre o mesmo, negro, para baixo, então... qual o tema de conversa? Pessoas assim, que cobram e nunca dão, estão sempre destinadas a acabar sozinhas. E a meu ver nem é depressão, é arrogancia de quem está mal e não reconhece para mudar.

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  2. Acho muito bem, investe naquilo que acreditas.

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  3. Deixaste-me com vontade de ter ido a essa conferência pelo pouquinho que contaste :)

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    1. Basta procurar, encontras cada vez mais actos e projectos de espiritualidade por aí. Agora que voltaste, escreve.me. Gostaria de saber como estás.

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