quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Cenas do mal

Estes dias não têm sido nada fáceis.
Em Julho mudei de cidade, arrendei casa, assumi responsabilidades, de olhos postos no futuro, numa empresa que julgava segura. Vim sem nada. Cá não tenho ninguém, começo agora a fazer amigos e a criar rotinas de que gosto. E agora, iniciando este novo ano que tinha tudo para ser fantástico, eis que a empresa faliu, será vendida e só Deus sabe o futuro. Além da venda, o trabalho tem sido muito pouco e as acções já começaram a ser tomadas: 5 despedimentos e 80% do pessoal passado para regime de part-time, 5h de trabalho diário, ordenado de 300€.
Se me metem a receber 300€ numa cidade em que vivo sozinha, completamente independente, é a mesma coisa que me despedirem e mandarem para casa da Mummy de novo. Para já sou das poucas que se aguenta. O chefe ainda não me disse nada e tenho esperança que seja justamente pela minha condição aventureira. Sei bem que ele me contratou porque na entrevista de emprego disse que estava aqui, nesta cidade, de propósito pela entrevista e que se fosse contratada me mudaria sem problemas, pronta para encarar o desafio. Logo, mudei tudo por isto e sou a empregada mais disponível, sou a que faço as horas extras necessárias e nunca reclama quando mudam o horário e as folgas. Tenho mesmo esperança que o chefe continue consciente da minha posição delicada. Deus o ilumine!
Já tive mais nervosa, actualmente estou de coração aberto. Seja o que tiver de ser. Mas confesso que a perspectiva de regressar a casa da Mãe, numa cidade que detesto, não é boa. E perder a qualidade de vida que estava a ter neste momento também não.

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