A minha chefe, após a minha contratação, decidiu esticar-se e contratar várias outras pessoas. Neste momento somos demasiados. Ela fê-lo porque diz que todos os anos o verão é uma loucura sem mãos a medir. Mas acontece que este ano, toda a cidade anda a notar uma grande falta de turistas. Todos os negócios estão fracos, à tarde não se vê uma alma na rua e, claro, o lucro é reduzido.
Soam-se boatos, ouvem-se conversas, escutam-se observações. Calculamos que irão acontecer despedimentos. E eu, odiando aquele trabalho, alguma que outra colega, tendo conflitos diversos com a chefe, confesso que receio. Porque já que pretendo esforçar-me para ir estudar em setembro, juntar dinheiro até lá é primordial.
No entanto, e são em momentos de conflito interior que vemos o quanto mudamos, estou apenas preocupada. Acreditem que se esta situação acontecesse a apenas 4 ou 5 meses atrás, eu estaria a chorar, a antecipar algo que pode nem acontecer, sem conseguir comer, aflita, a tremer. Neste momento, e com a quantidade de situações que se vão sucedendo no meu dia a dia, com as pessoas que vão saindo, com os golpes que vou digerindo, estou já a ACEITAR. Não quero ser despedida mas se o for, resta-me tentar arranjar emprego em tempo record, como aconteceu na ultima vez ou, tendo que poupar o que juntei até agora, restar-me-á entregar a casa à senhoria e voltar a casa dos pais até setembro.
Para já, aceitação e entrega são o mote da ordem e que venham os próximos capítulos de uma vida tão rocambolesca.
PS: eu e os meus feelings... até tenho medo. Há uns meses, ainda o movimento da Cafetaria era optimo e eu comecei a sonhar que antes da universidade regressaria a casa da Mãe. E sentia mesmo que algo me faria ainda ter que passar por isso, digerir esse regresso, esse retrocesso, antes de voltar a estudar. Espero que desta vez, os sonhos sejam apenas sonhos. É que vindos de mim, tornam-se sempre realidade.
és uma mulher cheia de garra e coragem! Acredito que consigas ultrapassar tudo o que vier! Força!
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