segunda-feira, 27 de julho de 2015

Dos medos e da inactividade

Eu também tenho medos. Aí reside a forma como os outros me vêm, aventureira e guerreira. Há quem pense que sou temerária e nunca penso no pior. Eu penso. Mas avanço na mesma e isso tem mais valor. Só existe coragem se existir um obstaculo a transpor.
Ultimamente, muitos têm questionado as minhas opções. No trabalho, todos os dias oiço "Mas tens a certeza que entras na Universidade?". Respondo sempre o mesmo, "Posso não entrar na que mais quero, mas em alguma hei-de conseguir". E todos me olham como se fosse maluca, ao entregar já a carta de despedimento, agendar férias e fazer conta com o ovo no cu da galinha. Mas aqui, sejamos realistas, nem é coragem, é realidade: tenho de dar 30 dias de aviso prévio à entidade patronal e as colocações saem dia 7 de setembro, começando as aulas dia 21. Não há tempo! A vida não vai parar porque eu tenha medos, incertezas e dúvidas. Tenho de me mexer! Se não entrar em nenhum sitio? Bem... então lixei-me à grande, perdi a casa e o trabalho e... sei lá. Estamos em julho e não em setembro, não posso viver situações que nem sei se irão existir. Um episódio de cada vez, sff.
Outra coisa que assusta os outros é que só poderei ir estudar com um emprestimo estudante, o qual só me confirmam se mo dão em outubro, depois de eu já estar no buraco. Se não mo derem e eu já estiver na Universidade? Bem, possivelmente terei de cancelar a matricula e ir viver com a minha mãe naquela cidadezinha ridicula e pequena onde ela vive.
Se eu não penso nisto tudo? Se eu não tenho medo? Oh se tenho! Mas fazer o quê?
A Vida não se congela por mim. É ir andando e ver o retorno.
Pior que correr riscos e puder perder tudo, só mesmo agarrar-me ao que possuo, que não me reaiza e um dia ter 50 anos e sentir-me inútil. Todas as quedas possibilitam que nos levantemos. Agora quem evita cair ao máximo, que nem tropeça... tem o quê? Que prazeres, que diversões, que momentos valiosos?

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