quinta-feira, 3 de maio de 2018

Yoga e frangos

Em 2014 fiz o meu primeiro retiro espiritual nas Caldas da Rainha e foi interessante. Aquém das expectativas mas pronto... foi o primeiro. Agora decidi fazer o segundo com um grupo no qual ando a aprender yoga desde setembro.
Resumindo: NUNCA MAIS!
Uma pessoa chega a Espinho às 21h cheia de fome, depois de um dia de trabalho que para mim começa às 5.20h da matina e o jantar é: bolachas de arroz com paté de beterraba. Desculpem?!? Eu ainda pensei que aquilo seria a entrada e recusei. Mantive-me à espera do jantar. Até que decidi perguntar se demoravam muito a servir... E aí veio o choque: "este é o jantar!". Respirei fundo várias vezes, perguntei outras tantas se estavam a brincar comigo. Lá decidi provar o "jantar" para enganar o estomago mas... não! Paté de beterraba?!? Bleergh
Fui dormir às 23h com o estomago aos gritos. Lá me deitei no chão, num saco cama.
Eis que as 5h acordo com um tipo a tocar guitarra dentro do "quarto". A tocar aquele mantar especifico deste grupo, uma e outra vez, mantra esse que tinhamos de entoar, dançar, gritar, mentalizar umas 40x diárias.
Lá me levantei e para minha surpresa a actividade do dia começava com 3h de yoga em jejum. Aqui já nem perguntei se estavam a gozar, depois da experiencia da noite anterior. Lá me dediquei ao suplicio de fazer yoga com frio, fome, sono. Finalmente, chegam as 9h e era hora do pequeno-almoço. Corro, passo à frente de todos e...

........ papas de aveia....

Eu detesto papas de aveia. Com banana. A única fruta que não como.
Respirei fundo. Muuuuuuuuito fundo.
Começa a enxaqueca devido à fome e à fraqueza. Toca de tomar um bruffen. Nada. Dois. Nada.
Diz o guru la da cena "Pára de te medicar! A fome é psicologica1Se não pensares nela, não a sentes". Subi a sobrancelha até ao coro cabeludo e acho que ele entendeu o meu "vai levar no cu" mental.
Almoço. Período no qual já me arrastava... sopa! Ok, wu gosto de sopa mas... só sopa? Comi duas e não chegou. Estava a morrer de fome. E ao explicar ao cozinheiro do retiro que estava a passar fome, a resposta foi "queres uma bolachinha de arroz?". Pó car***** !! Depois deram-me uma salada estranha, cujo nome era "Salada de folhas espontaneas". Lá espontaneas eram, cresciam em qualquer lado com certeza. Meti aquilo há boca e pareciam urtigas!
Até que um senhor diz, "Eu vi uma urbanização a uma meia hora daqui quando chegamos... às tantas tem um cafezinho": O quê?!? Repita la faxabori? É que nem pensei mais nisso! Fugi a meio de uma meditação, fiz-me à estrada e não só consegui café como uma churrasqueira. Agora atentem no cenário: eu, sem maquilhagem, borbulhas na cara do stress e de me coçar, roupa foleira e velha de andar por casa tipo pijama, com umas galochas, as meias por cima das calças, olheiras, o cabelo num carrapito estranho, a entrar restaurante adentro e dizer com ar de pedinte "um frango por favor! Um frangoo!!".
Posso adiantar-vos que o ambiente entre mim e o guru não ficou nada porreiro quando regressei, ele me perguntou onde me tinha metido e lhe disse a verdade. No dia seguinte fugi de novo e levei 5 pessoas comigo, numa espécie de motim.
A esta peripécia junta-se o facto de uma louca ter caído de amores por mim e partilhar todas as fantasias sexuais que sente pelo seu psicoterapeuta, o facto da pila do namorado ser pequena e não a satisfazer, quantas vezes fazia o numero 2 e a comida lhe caia mal... enfim! Uma semana depois fez-me ir ao seu aniversario, relembrando varias vezes que sou uma "ganda maluca!" que sobreviveu ao retiro com ela.
Para finalizar, isto foi em fevereiro e só ontem voltei às aulas de yoga. No entanto percebi que nem 3 meses de ausencia me fizeram esquecer o nojo que apanhei a estes gajos e ao maldito mantra. Bye curso de yoga!

1 comentário: