quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Da minha pretensão

Sempre fui arrogante. Sempre tive a mania.
Em parte porque sempre tive boas notas sem estudar, em parte porque sempre tive mais cultura do que os meus colegas (ler muito desde os 6 anos tem destas coisas).
Como tal, sempre me comportei como se fosse um Einstein precoce, sempre me interessei por ciência, falava para os restantes como se fossem todos tontos e burros. Sempre gostei de me comportar assim, como a Rainha (da cocada preta).
Mantinha também um muro de gelo à minha frente, inantigível no meu nível, na minha formação.
Até que um dia, abanaram a minha falsa realidade. Uma colega de casa da faculdade disse-me “Não te conheço! Tu és tão fria e arrogante que eu nem sei se tu és boa ou má pessoa”.
Isto ficou a dar voltas no meu cérebro. Pensei, pensei…
Uns tempos depois, algumas outras pessoas reclamaram que estavam fartas da minha pretensão, de eu falar para elas como se fossem básicas.
E PLIM! Fez-se luz, finalmente!
Percebi que era estúpida, que magoava os outros, que afastava muita gente.
Percebi que não sou mais que ninguém. Comecei a fazer pequenos voluntariados, vi melhor o que é a vida, apercebi-me da sorte que tenho, apesar de tudo e ganhei respeito pelos demais.
Agora já não sou pretensiosa. A arrogancia… bem, já está a diminuir (ainda que não tenha sido eliminada).
Passei de robôt a ser humano. Até já choro! E olhem que isso, há 2 anos atrás, era impossível.
Posso afirmar que actualmente me orgulho muito da pessoa em que me tornei. Reconstrui-me e criei uma pessoa nova, mais amiga, mais sincera e mais afável.
Já não tenho medo de me magoar. Prefiro isso e chorar muito do que ter um coração de pedra.

3 comentários:

  1. Gostei tanto deste post!
    E acredito que mais tarde (quando fores incontinente) também vais gostar dele, porque ao ler já nem te vais lembrar dessa pessoa que não gostavas de ser :)

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  2. Concordo com a Mars!
    Gostei muito deste post!

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  3. Obrigada, queridas! Lembrar, lembrar-me-ei sempre. Até porque magoei demasiada gente e tive atitudes que me pesam até hoje.

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