Sempre fui arrogante. Sempre tive a mania.
Em parte porque sempre tive boas notas sem estudar, em parte porque sempre tive mais cultura do que os meus colegas (ler muito desde os 6 anos tem destas coisas).
Como tal, sempre me comportei como se fosse um Einstein precoce, sempre me interessei por ciência, falava para os restantes como se fossem todos tontos e burros. Sempre gostei de me comportar assim, como a Rainha (da cocada preta).
Mantinha também um muro de gelo à minha frente, inantigível no meu nível, na minha formação.
Até que um dia, abanaram a minha falsa realidade. Uma colega de casa da faculdade disse-me “Não te conheço! Tu és tão fria e arrogante que eu nem sei se tu és boa ou má pessoa”.
Isto ficou a dar voltas no meu cérebro. Pensei, pensei…
Uns tempos depois, algumas outras pessoas reclamaram que estavam fartas da minha pretensão, de eu falar para elas como se fossem básicas.
E PLIM! Fez-se luz, finalmente!
Percebi que era estúpida, que magoava os outros, que afastava muita gente.
Percebi que não sou mais que ninguém. Comecei a fazer pequenos voluntariados, vi melhor o que é a vida, apercebi-me da sorte que tenho, apesar de tudo e ganhei respeito pelos demais.
Agora já não sou pretensiosa. A arrogancia… bem, já está a diminuir (ainda que não tenha sido eliminada).
Passei de robôt a ser humano. Até já choro! E olhem que isso, há 2 anos atrás, era impossível.
Posso afirmar que actualmente me orgulho muito da pessoa em que me tornei. Reconstrui-me e criei uma pessoa nova, mais amiga, mais sincera e mais afável.
Já não tenho medo de me magoar. Prefiro isso e chorar muito do que ter um coração de pedra.
Gostei tanto deste post!
ResponderEliminarE acredito que mais tarde (quando fores incontinente) também vais gostar dele, porque ao ler já nem te vais lembrar dessa pessoa que não gostavas de ser :)
Concordo com a Mars!
ResponderEliminarGostei muito deste post!
Obrigada, queridas! Lembrar, lembrar-me-ei sempre. Até porque magoei demasiada gente e tive atitudes que me pesam até hoje.
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