Há mais de 2 meses que
estou solteira. Se no início foi tudo repentino e achei que voltaríamos, que
mais uma vez isto de resolveria, enganei-me e hoje consigo ver isso claramente.
Passei um mês horrível,
a chorar compulsivamente de manhã à noite, sem comer, sem viver. Entretanto,
com o apoio de muitos e bons amigos, o carinho de quem me estendeu a mão e a
descoberta do Reiki e da paz interior, comecei a erguer-me, a dar pequenos
passos até ficar firme. Comecei a deixar fluir, a não me afligir com esta
situação, esta perda repentina de um amor. Mas eis que voltou a tempestade e o
João tentou-me. Andou a semana toda a ligar-me a tocar no assunto da reconciliação.
E eu, que pensava estar segura, cai. Fiquei com dúvidas, esperanças. E quis
falar, resolver, na espectativa que ele muda-se da água para o vinho e o futuro
se redesenhasse luminoso. Mas nada disso. Veio com a típica arrogância, cheio
de exigências e pretensões, queria recomeçar sem falar do passado, recomeçar do
zero, sem reconhecer erros, sem se dialogar e analisar o que deveríamos evitar.
Queria recomeçar num estalar de dedos, num impulso amoroso. Lamento, mas não
sou dessas. Pertenço aquele grupo de chatas que fala das coisas 50 vezes mas
resolve, encara o problema de frente e reconhece e exuma-o. Sou assim. Não
fujo.
E eis que o amor do
João por mim é tão grande e, como ele diz, sou a mulher da vida dele, ao ponto
dele me demonstrar isso com mais arrogância. Desistiu. Como quem se farta de um
brinquedo. Perante a minha insistência em que as coisas fossem faladas e não
encobertas, decidiu que eu era chata e pesada e assim não queria mais voltar.
Põe e dispõe porque ele quer. E a culpa é dele? Ele é um infantil de 31 anos que
me trata como um brinquedo? Não. A idiota sou eu que deixo, que atendo o telemóvel,
que o deixo falar comigo a sós. A burra sou eu. E ontem abri os olhos.
Ontem fui sair a noite,
divertir-me, arejar e vi-o num bar com o irmão. Com o irmão que tantas vezes o
desprezou e dele se aproveitou, aquele irmão que o magoou ao ponto de o deixar
a chorar no meu ombro (a única vez em 2 anos que o vi chorar, inclusive),
aquele irmão que sempre o pisou e gozou, o irmão que o João jurou de afastaria
para seu próprio bem e auto-estima. E ali estavam, a beber, a rir, unidos. E
percebi finalmente que não pertenço aquilo. Não posso ter um homem que só tem arrogância
e amor próprio comigo e que para os do seu sangue é um capacho. Não posso estar
com alguém que está constantemente a ser comandado por terceiros, que se deixa
pisar, fica furioso mas que no dia seguinte já é o filhinho querido e carente.
Fui vista pela família inteira
como a ordinária que tentou destruir a unidade familiar. E para quê? Enxuguei
lágrimas, incentivei a sair do país, esperei 5 meses enquanto ele foi tentar a
sua sorte noutro país, sofri perseguições daquela família doida e, no fim… eu
fiquei sozinha em lágrimas e ele voltou para a família unida e triunfante.
Se até ontem me sentia
a pessoa mais injustiçada de sempre, hoje passou. Claro que foi uma injustiça astronómica,
tudo o que passei foi ridículo, foi excessivo para acabar sem nada mas, ontem
ao ver os dois irmãos unidos e felizes (falsa felicidade já que um está
constantemente a tentar entalar o outro), percebi que era eu que estava ali a
mais. Tentei dar vida e amor a quem não está apto a valorizar tais actos, a
alguém que não cresce para lá das suas 4 paredes. Eles têm o seu sistema
fechado e doentio e eu estava a mais.
O importante e que te sintas bem agora :)
ResponderEliminarA dor deve ser grande, mas tenho a certeza que algo melhor estará reservado para ti. A paz interior é para mim o mais importante que podemos alcançar e penso que estás no bom caminho! Beijinhos e se quiseres "conversar" um bocadinho estou sempre por aqui: single.tearblog@gmail.com
ResponderEliminarÓ raven, maravilhosa análise! Ainda bem que percebeste isto porque pelo que contas e pelo que conheço da vida, foi isso mesmo que aconteceu. Parabéna!
ResponderEliminarBeijo!