quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Reencontro


Já falei aqui ultimamente de um namorado. Falei de relance, sem detalhes, como se fosse algo novo, recente.
Pois bem, o namorado é o João. Para quem me lê há mais tempo, recorda-se certamente de toda a história. Para quem me lê há pouco tempo, o João é o meu ex namorado. Separamo-nos em Dezembro de 2012. 1 ano já… Parece que foi ontem que tudo aconteceu e, no entanto, um turbilhão de coisas sucederam neste espaço de tempo.
Eu e o João namorámos 2 anos. 2 anos de muita luta, briga e revolta. Tínhamos a família dele contra nós e sofremos imensa pressão, esquemas, golpes, armadilhas. Foi esgotante e conseguiram o que queriam: viramo-nos um contra o outro. Eu estava sufocada e descarregava nele, afinal aquela família doida a ele pertencia. Ele estava extenuado, ouvia de ambos os lados, era o amor por mim, era o amor pelos pais e já gritava com todos, fugia de todos e acabou por fazer o acto mais ignorante e covarde: refugiar-se no álcool e na solidão. Começamos a maltratar-nos e surgiu a separação. A decisão foi dele, mais uma vez de forma infantil e covarde, o que me magoou imenso. Com um fim tão pouco respeitoso e frontal, logicamente nem amizade pôde restar.
Cada um seguiu o seu rumo. Eu revoltada, sempre culpando aquela família pelo fim da relação, amargurada, triste e de coração partido. Eu já nem me reconhecia. Só tinha pensamentos negativos, de ódio e raiva. Foi quando descobri o Reiki e a Meditação.
Comecei a trabalhar-me, a querer ser mais e melhor acima do passado e da dor. Trabalhei-me com dedicação e doçura, com muita paciência para com as minhas feridas e fiquei bem, restaurada.
Em Maio, 5 meses após o término, senti-me com forças para falar ao João. Cumprimentá-lo apenas e verificar se ele precisava de ajuda, uma vez que todos me diziam o quão bêbedo ele andava por aí sempre e sem os amigos, isolando-se num caminho degradante.
Sentindo-me bem, sem mágoas, bem resolvida com o meu coração e com o meu passado, procurei-o. Encontrei uma sombra do que fora o João no passado. Estava triste, sem amor próprio e a culpar-se profundamente por me ter tirado da vida dele em prol da família. Só não me tinha procurado por vergonha e orgulho.
Falamos, ele mostrou-se desesperado por ter outra oportunidade e trabalhar para ser uma pessoa melhor, tal como eu fizera nestes 5 meses. O tempo que estivemos separados foi fundamental para que ambos entendêssemos o processo destrutivo em que nos encontrávamos e mudar, procurar um rumo pacífico com a paz e o equilíbrio em mente.
Assim iniciamos uma amizade, conversando todos os dias, conhecendo-nos de novo, nesta nova fase, mais calmos, sem intromissões.
O João deixou totalmente de beber em Setembro. Decidiu, de livre e espontânea vontade procurar um psicólogo e um homeopata. Saiu, durante o verão, de casa dos pais e procurou um cantinho só dele onde eu pudesse entrar sem ser atacada. Começou a ajudar-me na Associação Animal da qual faço parte. Ajudou-me monetariamente numa fase menos boa. Passou a frequentar as meditações e o Reiki semanalmente comigo.
E assim surgiu, naturalmente, a nova oportunidade. O reviver deste Amor. A ser sincera, AMOR, na verdadeira acepção da palavra, não existe mais. Pelo menos, eu penso que não existe mais. Foi uma longa separação, uma mágoa profunda e uma cicatriz enorme. Se me perguntarem se ainda o amo, sair-me-á espontaneamente um NÃO. Mas sei que ainda gosto dele e que não posso julgar este novo inicio com base nas más memórias. Só o tempo curará e resolverá tudo no meu interior, calará as minhas dúvidas e inquietações. Talvez venha até a entender que já não dá mais, que a dor foi superior e apagou tudo, que está na hora de encontrar um outro alguém, um novo caminho, sacudir a vida. Mas para já, resta caminhar novamente nestas páginas e ver se há um novo final, mais feliz de preferência. O Tempo tudo me mostrará. 

1 comentário:

  1. Levem as coisas com calma. :) Talvez tenham passado por tudo isto para saberem dar valor ao que têm. :)

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