Já falei aqui
ultimamente de um namorado. Falei de relance, sem detalhes, como se fosse algo
novo, recente.
Pois bem, o namorado é
o João. Para quem me lê há mais tempo, recorda-se certamente de toda a
história. Para quem me lê há pouco tempo, o João é o meu ex namorado.
Separamo-nos em Dezembro de 2012. 1 ano já… Parece que foi ontem que tudo
aconteceu e, no entanto, um turbilhão de coisas sucederam neste espaço de
tempo.
Eu e o João namorámos 2
anos. 2 anos de muita luta, briga e revolta. Tínhamos a família dele contra nós
e sofremos imensa pressão, esquemas, golpes, armadilhas. Foi esgotante e
conseguiram o que queriam: viramo-nos um contra o outro. Eu estava sufocada e
descarregava nele, afinal aquela família doida a ele pertencia. Ele estava
extenuado, ouvia de ambos os lados, era o amor por mim, era o amor pelos pais e
já gritava com todos, fugia de todos e acabou por fazer o acto mais ignorante e
covarde: refugiar-se no álcool e na solidão. Começamos a maltratar-nos e surgiu
a separação. A decisão foi dele, mais uma vez de forma infantil e covarde, o
que me magoou imenso. Com um fim tão pouco respeitoso e frontal, logicamente
nem amizade pôde restar.
Cada um seguiu o seu
rumo. Eu revoltada, sempre culpando aquela família pelo fim da relação,
amargurada, triste e de coração partido. Eu já nem me reconhecia. Só tinha
pensamentos negativos, de ódio e raiva. Foi quando descobri o Reiki e a
Meditação.
Comecei a trabalhar-me,
a querer ser mais e melhor acima do passado e da dor. Trabalhei-me com
dedicação e doçura, com muita paciência para com as minhas feridas e fiquei
bem, restaurada.
Em Maio, 5 meses após o
término, senti-me com forças para falar ao João. Cumprimentá-lo apenas e
verificar se ele precisava de ajuda, uma vez que todos me diziam o quão bêbedo
ele andava por aí sempre e sem os amigos, isolando-se num caminho degradante.
Sentindo-me bem, sem
mágoas, bem resolvida com o meu coração e com o meu passado, procurei-o.
Encontrei uma sombra do que fora o João no passado. Estava triste, sem amor
próprio e a culpar-se profundamente por me ter tirado da vida dele em prol da
família. Só não me tinha procurado por vergonha e orgulho.
Falamos, ele mostrou-se
desesperado por ter outra oportunidade e trabalhar para ser uma pessoa melhor,
tal como eu fizera nestes 5 meses. O tempo que estivemos separados foi
fundamental para que ambos entendêssemos o processo destrutivo em que nos
encontrávamos e mudar, procurar um rumo pacífico com a paz e o equilíbrio em
mente.
Assim iniciamos uma
amizade, conversando todos os dias, conhecendo-nos de novo, nesta nova fase,
mais calmos, sem intromissões.
O João deixou
totalmente de beber em Setembro. Decidiu, de livre e espontânea vontade
procurar um psicólogo e um homeopata. Saiu, durante o verão, de casa dos pais e
procurou um cantinho só dele onde eu pudesse entrar sem ser atacada. Começou a
ajudar-me na Associação Animal da qual faço parte. Ajudou-me monetariamente
numa fase menos boa. Passou a frequentar as meditações e o Reiki semanalmente
comigo.
E assim surgiu,
naturalmente, a nova oportunidade. O reviver deste Amor. A ser sincera, AMOR,
na verdadeira acepção da palavra, não existe mais. Pelo menos, eu penso que não
existe mais. Foi uma longa separação, uma mágoa profunda e uma cicatriz enorme.
Se me perguntarem se ainda o amo, sair-me-á espontaneamente um NÃO. Mas sei que
ainda gosto dele e que não posso julgar este novo inicio com base nas más
memórias. Só o tempo curará e resolverá tudo no meu interior, calará as minhas
dúvidas e inquietações. Talvez venha até a entender que já não dá mais, que a
dor foi superior e apagou tudo, que está na hora de encontrar um outro alguém,
um novo caminho, sacudir a vida. Mas para já, resta caminhar novamente nestas
páginas e ver se há um novo final, mais feliz de preferência. O Tempo tudo me
mostrará.
Levem as coisas com calma. :) Talvez tenham passado por tudo isto para saberem dar valor ao que têm. :)
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