sexta-feira, 7 de março de 2014

Detalhes de um fim II



Quando cheguei a casa dele, estava a acabar de se despachar para ir para o trabalho.
Ficou surpreendido por me ver ali, tão cedo, mas claramente nada contente.
E então, parecendo-lhe a coisa mais madura e gentil a fazer, decidiu terminar 3 anos de namoro em apenas 15min, falando-me por cima do ombro, enquanto lavava a loiça. Perguntei-lhe se achava bem, normal, esta atitude e porque não me olhava nos olhos. Ignorou, e continuou as suas limpezas, com azáfama, frio.
Disse o que tinha a dizer, que já não era feliz, não se reconhecia, tinha deixado de sair, de se divertir, de beber, de estar com a família, tudo por mim e eu nem garantias lhe dava. As garantias, para ele, eram casar e ter filhos mais ou menos… desde o primeiro ano de namoro! Altura em que tinha eu 23 anos, tinha acabado de sair da universidade, não tinha quaisquer perspectivas e tinha já a família dele à perna e a vê-lo dividido e instável. Sou a única a achar que não se casa porque sim, mas porque se ama e se tem um sem fim de outros pilares que possam gerar um bom futuro e união?
E surpreendentemente vieram as acusações que mais pareciam estar a ser proferidas por outra pessoa. Disse-me que nunca teve nenhum problema com a bebida, eu é que o manipulei e levei a pensar isso porque não gostava que ele bebesse. Ok… com 32 anos já perdeu a carta 3x, está ameaçado de à próxima ir preso 2 anos, teve de mentir ao patrão e dizer que está com uma doença e a tomar medicação pesada para o homem nem desconfiar de porque raio não conduz ele no trabalho, mas… ele bebe socialmente e eu estou a inventar tudo e a manipular e a ser má e coiso e coiso. Esta doeu!
Disse-me ainda (já estava a espera) que eu o tinha afastado da família. Sim, porque eu arranjar emprego lá fora a um desempregado que foi de livre e espontânea vontade é a coisa mais desumana de sempre, horrenda. E fui eu que pedi a Deus todas as noites para ter muitos inimigos e ser perseguida e ofendida e humilhada, são coisas que me dão prazer e alegria aos dias.
O choque tomou conta de mim. Além do fim, de ficar sem o homem que amo, ainda fico com fama de ser a pior pessoa do mundo, manipuladora, mentirosa. Sinto-me tão injustiçada, Meu Deus! E é isto que não estou a conseguir digerir.

2 comentários:

  1. Infelizmente, o álcool é mesmo um problema sério. :(

    Ainda tens muito para viver Raven! Força*

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  2. Esse homem é uma criança... :(

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