sábado, 8 de março de 2014

Perdida




Sempre fui forte, arrogante, alegre e com uma imensa fé e amor próprio por mim e pelo meu mundo, pelas minhas opções. Sempre me vi e julguei como mais. Mais alegria, mais Vida, mais boa disposição.
De repente, nada disso existe.
Não sei que raio se passou neste namoro de 3 anos, que perdi-me. Perdi tudo. Amor próprio? Pfff! Tenho-me humilhado ridiculamente. Força? Estou há 48h fechada em casa a chorar.
E os amigos? Sempre será verdade que após os 25 começamos a notar que todos estão longe, noutros patamares? A maioria já se juntou, alguns planeiam rebentos, outros estão tão ou mais deprimidos que eu, outros estão a estudar fora…
Dia da Mulher? Pela primeira vez nem tenho com quem comemorar tal dia. Aquelas que costumavam ser as mulheres da minha vida estão demasiado centradas no jantar do companheiro, na roupa para lavar, como para irem jantar fora ou beber um simples café. As poucas amigas solteiras que vou tendo, estão fora. Caramba! Sinto-me para lá de deslocada com aqueles que sempre foram os meus amigos.
A única solução que surgiu? Ir sair com o Calvin, amigo gay. Adivinhem? Terminou hoje um namoro de 2 anos e está na merda. Que saída animada será…
E com tudo isto, vejo-me confrontada com uma dura verdade: tornei-me dependente dos outros. Estou triste porque os meus amigos estão fora, têm outras vidas, outros planos. Estou triste porque o Homem que amo se tornou na maior desilusão da minha vida. Ele vê as minhas fotos do Carnaval no face, sente-se mal mas segue em frente. Eu vejo as fotos dele, sinto-me mal e fico numa cama a sentir-me miserável e agarrada ao facto dele me ter dito que sente a minha falta e sente o estômago às voltas quando vê as minhas fotos.
Dou por mim a manter pedaços da minha vida em modo espera na expectativa que alguém venha beber café comigo, me venha visitar, me telefone.
Perdi-me, não sei mais quem sou nem o que quero, mas não estou a achar piada a esta versão dependente e carente. Todos me dizem que não sou mais a mesma, é certo. Mas… e eles? Serão os mesmos?

7 comentários:

  1. Junto-me a ti nessa dos depois do 24, ficamos um pouco perdidos sobretudo quando não temos ninguém ao nosso lado para nos dar força. Já perdi a conta às noites em que adormeci com as lágrimas nos olhos a pensar que tudo o que já vivi não valeu de nada, foi apenas tempo perdido.

    Força*

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    1. Oh... Não penses assim. Se há algo que tenho a certeza é que apesar deste sofrimento, certamente estou a aprender uma grande lição para o futuro. Tenho fé que ainda me vou rir desta dor e ser feliz com outro alguém, melhor até. Não percas a fé! A fé é tudo. Manda-me mail: undertheclothes@sapo.pt se quiseres e falamos. Beijo

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  2. Só o facto de já teres percebido que te perdeste, que não es a mesma e que te sentes dependente, já é o começo para uma possivel mudança. Comigo aconteceu o mesmo e só mudei, só consegui mudar depois da minha vida ter mudado completamente com a minha recém emigração, é certo que não sofri um desgosto amoroso e isso torna tudo ainda mais doloroso, mas por vezes uma boa e grande mudança mesmo que se tenha algum receio, é o necessário para seguir em frente e voltarmos a nós,a sermos e sentirmo-nos nós de verdade!!
    Infelizmente não há muito que os outros possam fazer, sim um café ou uma saída com alguém ajuda, mas nos momentos em que estiveres só, tudo volta e o essencial é conseguirmos estar sós sem tristezas e maus pensamentos.
    Desculpa o testamento, mas percebo-te bem melhor do que possas imaginar, se estivesses aqui perto de Zurique sem dúvida iria beber o tal café contigo porque sei o quanto é importante quando estamos assim!! Quem sabe um dia ;) Big kiss :)

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    1. Obrigado eu pelas tuas palavras. Na verdade tenho uma caracteristica muito boa que é ser aventureira. Adoraria emigrar e começar do zero. Tento sempre procurar emprego fora desta Cidade mas nunca surge nada sem ser aqui. Parece o Destino a gozar comigo, a pôr-me a prova. Por vezes sinto que acabarei aqui, caramba. Se vieres ao Alentejo, aguardo esse café. Beijo

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  3. Não é mesmo fácil reerguermo-nos (de todo) e tu sabes, mas quando nos agarramos a alguma coisa que não nos puxa para o fundo do poço, começamos a vir à tona. Pensa numa coisa de cada vez que não te puxe para baixo e, um dia de cada vez, uma pessoa decada vez, uma música de cada vez, um gesto de cada vez, um não pensar de cada vez eleva, eleva, mantém, sustém. O objetivo para começar é não descer mais baixo. Boa sorte!

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  4. Olá Raven! Conheci o teu blog através de um comentário no Shiuuu. Já não me lembro qual o post, mas estava relacionado com a fase menos boa que tenho vivido. Fui espreitar o teu cantinho e acabei por decidir ler tudo pela ordem que tinhas escrito, quis conhecer a tua história, que em tantos pontos é parecida com a minha.
    Escolhi fazer um comentário neste post, porque me identifico muito com o que escreveste aqui. Sou um pouco mais velha do que tu (mais uns meses e faço 29); estou a tentar superar o fim de um namoro que levou a minha auto-estima e amor-próprio; estou em depressão, mas a ver uma psicóloga e a lutar para sair desta fase; parece que não tenho nenhuns amigos verdadeiros, nem ninguém com quem sair e combinar coisas, e só quem vai ao fundo do poço sabe o quanto custa superar esta tristeza quando não há ninguém à volta; tenho uma relação fria com o meu pai (isto se pudermos sequer chamar-lhe relação), depois de anos de maus-tratos à minha mãe e mau-ambiente em casa; e talvez apenas no trabalho tenha mais sorte, já que felizmente tenho um bom emprego, embora me esfrangalhe os nervos, tal a pressão a que estou sujeita todos os dias.
    Enfim, isto para dizer que gostei de ler o teu blog, gosto da tua sinceridade, e relembrou-me que em tempos tive um blog (vários até) e que me servia de escape, me ajudava a "destilar" os problemas que tinha... Acho que vou voltar a criar um blog e, partilhar um pouco do que me vai na alma, as tristezas e alegrias que vou sentindo, e talvez consiga voltar a sentir que faço parte de algo. De uma comunidade. Achei que ias gostar de saber que me deste essa motivação.
    Talvez um dia acabemos por nos conhecer, vi que também gostas de viajar, e também eu gostaria um dia de fazer parapente e fazer o Caminho de Santiago! :)
    Para já deixo-te um muito obrigado, por me teres dado esta motivação e a certeza que quando criar o blog te venho cá dizer! Há-de ser por estes dias, assim arranje nome.
    Muita sorte para a tua procura por trabalho!
    Beijinho, Bia

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    1. Bia,
      Muito obrigado pelas tuas palavras. Que honra ter-te ajudado e ter-te dado uma motivação.
      Quem sabe não só nos conhecemos como faremos o caminho de Santiago juntas! Não acredito em coincidências, se me escreveste, algum laço ficará! ;)
      Diz-me então quando tiveres o teu blog.
      Superar o fim de uma relação nunca é fácil mas quando foi algo duro e intenso que nos virou do avesso e tirou a identidade, pior ainda! Trabalho a dobrar. Não basta tentar colar os pedaços de um coração partido, se não colar o que costumávamos ser. Pior, entender que agora nem sabemos quem somos, porque nem dá mais para ser quem éramos, as cicatrizes são profundas. É tudo horrível, doloroso e sem esperança, o fundo do poço que mencionaste parece sem fim. Conheci-o bem. Agora estou melhor mas ainda assim, tenho os meus dias.
      Espero que estejas a conseguir safar-te com alguma estratégia de sobrevivência emocional. E se quiseres escreve-me e falamos melhor, de aventureira para aventureira: undertheclothes@hotmail.com
      Beijos

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