Dia 30.
Após os 2 resgates
animais, lá viemos para casa jantar e tomar banhoca. Jantamos à meia-noite, com
este aparato todo.
Pensei que ia dormir
descansada, relaxada, até porque tínhamos autocarro de manhã cedo. Mas qual
quê! O Eros e a F. não permitiram. Passo a explicar: o Eros é um gato bravo,
selvagem, já há poucos em meio urbano. Biologicamente é diferente de um gato
doméstico, no instinto também. Nunca o consegui domesticar. Não é um animal
fácil mas é meu, conheço-o. E sempre que temos visitas, o Eros avalia as
pessoas cheirando-lhe o nariz e os lábios. Admito, é terrivel teres um gato
selvagem em frente aos olhos, intimida, dá medo mas… calma, que eu conheço o
bixo, não é?!? Ele não ataca sem mais nem menos, não arranca olhos só porque
sim. Bom, quando são crianças ele lança-se sem prévio aviso mas pronto, a F. é
bem grandinha. Expliquei-lhe tudo mas ela optou por tomar outra atitude:
afastou-o. Colocou o braço à frente, impediu-o de a cheirar, na hora de dormir não
permitiu que ele se deitasse na cama (que é o espaço dele,ele dorme comigo
desde bebé). Logo, obviamente, o Eros bufou-lhe. Algo normal em felinos
desagradados. Mas a F. decidiu encarar isto como uma ameaça. Começou logo “Não
consigo dormir assim, ele vai-me atacar, e bla bla bla”. Eu lá meti o Eros na
sala e fechei a porta. Depois a F. lembrou-se que por noite, vai 5x ao wc e
estava com medo de sair do quarto. Lá fui arranjar-lhe uma panela para servir
de penico (sim, isto aconteceu…!). Depois o Eros contra-atacou e arranhou a
porta do quarto compulsivamente durante umas 3h. Aí a F. desistiu e achou
melhor ir ela para a sala e vir o Eros para a cama. Assim fez. O Eros acalmou,
ficou contente, passaram uns 30min, eu estava quase a adormecer e… a F. bate-me
a porta do quarto, senta-se na cama e diz “Está muito frio na sala, o sofá é
pequeno, não consigo dormir. Vamos falar”. E assim tudo se gerou para eu ir
para a Nazaré de directa, com vontade de degolar a minha amiga.
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