segunda-feira, 31 de agosto de 2015

De um Domingo de fogo

A minha chefe decidiu que preferia dar-me as férias a que tenho direito, ao invés de mas pagar.
E decidiu que este domingo, sendo então o último dia de escravatura, me iria testar ao máximo para ver se eu lhe partia os dentes.
Sentou-se na esplanada com as amigas e destratou-me, humilhou-me gratuitamente. Apanhei uma pilha de nervos que só me apetecia desfazê-la. Valeu-me a gerente, que me batia nas costas e dizia "Raven, são só mais umas horas. Não lhe dê o que ela quer".
Gritou-me com a cara a meros centímetros de mim, em frente aos clientes.
Proibiu-me de comer e ir ao wc durante 5 horas, dizendo que "funcionário que sente fome e tem necessidades fisiológicas não rende". Mas esta vaca já reparou que contratou pessoas e não máquinas?!?
E era vê-la roxa de fúria à medida que os cliente me iam desejando felicidades, me davam beijinhos e abraços, outros pediam-me o numero de telemovel para depois saberem como me corre a vida, outros frisavam em bom som que só ali iam beber café para poderem falar comigo tal era a minha simpatia e acreditavam que chegaria longe.
Enfim, foi um último dia duro, fui colocada à prova mas acabou. Estou oficialmente de férias até dia 13, sendo esse o último dia que coloquei na minha carta de despedimento.
Mas como não tenciono colocar mais lá os pés, sinto que acabou. Estou desempregada, livre daquele antro.
Sinto agora um misto de emoções: apetece-me chorar, como se tivesse acabado de sair de um episódio traumático; sinto alivio e medo ao mesmo tempo por não saber o que aí vem; sinto-me vazia, a olhar para o nada; estou feliz por nunca mais ter de me cruzar com aquela bruxa.
Só quero e preciso aceitar e acreditar que este episódio da minha vida chegou ao FIM.

3 comentários:

  1. Eu só espero que agora não aconteça o que aconteceu com bastante gente que conheço em situações parecidas com a tua, que é na altura de pagar o fecho de contas fazem-se de esquecidos, não atendem telefones, e ainda se fazem de donos da razão, porque sabem que levar as coisas para tribunal para os obrigar a pagar custa tempo, dinheiro, e sobretudo nervos...
    Mas vais ver que daqui em diante tudo vai correr melhor...
    Eu no teu lugar tinha-lhe respondido à letra, porque se ela me quisesse despedir ainda tinha que pagar o salário do tempo que decorria o processo disciplinar (mas isso é aqui entre nós, que ninguém me conhece :-) )

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  2. Meu Deus... eu não ficava calada, nem pensar! Somos empregados mas não escravos, essa altura já passou! O que ela te fez não se faz a ninguém!!!

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  3. Gente dessa não merece nem o chão que pisa. Que triste... Lá está.. Deixei de confiar na merda destes empregos que existem por cá. Lançam-nos com estatísticas idiotas de ah e tal temos menos desempregados e criámos emprego, mas não dizem que empregos medíocres é que as pessoas são forçadas a ter para viver.

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