segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Depois de uma semana assim:


Hoje começa uma nova.
Passei a semana trancada no quarto com rarissimas excepções. Nem sei se fez sol ou se choveu. Não fui às aulas. Deixei o telemóvel sem som e não falei com ninguém.
Porquê?
Porque necessitava estar comigo e dentro de mim. Precisava desesperar-me, descabelar-me, chorar. Assim o fiz.
Lisboa sufoca-me, sinto-me claustrofobica nos transportes, sinto-me infeliz. Será só uma fase? Ou eu nunca vou sentir-me confortavel aqui?
Já pensei desistir do curso. Mas não o farei. Relembro vezes sem fim os sinais, os sonhos, os impulsos que me trouxeram até este momento. Relembro vezes sem conta aquele casal.
Vou-me dar o beneficio da dúvida. Se até ao final do ano continuar a sentir-me infeliz aqui, terei de parar e repensar. Até lá, exijo de mim um mínimo de esforço. A partir de amanhã acabou-se o isolamento! Apesar de tudo devo ser grata. Este fim-de-semana tive inúmeras provas de que sou amada, tenho amigos que se preocupam comigo e devo valorizar isso. Não estou sozinha. Na sexta, três amigas pertencentes à mesma Associação que eu vieram-me buscar e levaram-me a jantar ao TERRA, um buffet vegetariano no Principe Real, com um excelente ambiente ao som de música clássica.
Fomos depois ao famoso Pavilhão Chinês. Adorei!
Ontem decidi ir até Setúbal fazer uma massagem, cuidar um pouco de mim. A massagista é mestre de Reiki e ofereceu-me um Japa lindissimo feito por ela.
Da minha turma, já 4 pessoas mostraram uma preocupação intensa comigo e têm-se tentado fazer presentes, mesmo eu ignorando o telemovel e dão-me apoio. Um rapaz, inclusive, que trabalha ao lado da Universidade, dá-se ao trabalho de me vir buscar para as aulas (e eu vivo fora de Lisboa).
Um casal de amigas (sim, lésbico) ouviu-me dizer que adoro Codornizes e foram comprar de propósito para cozinharem para mim esta semana.
Portanto, não estando feliz devo admitir que sou abençoada.
Hoje o desafio é apenas acordar cedo e ir ter com o meu padrinho de Queima que vive cá desde que saimos da nossa primeira licenciatura e é dos meus melhores amigos. Diz que me vai dar uma injecção de ânimo e programar mais tempo comigo.
Preciso urgentemente conhecer pessoas, criar rotinas e sentir-me bem aqui. Só me assusta o facto de toda a gente dizer que Lisboa é isto, ninguém tem tempo para se reunir todos os dias num café após o jantar, o convivio é uma miragem.
E esta solidão só me faz ter mais e mais pensamentos de merda. Dou por mim a sentir muita falta do amigo sexy, que sendo uma dor de cabeça, era um dos tais amigos com os quais tinha uma rotina diária. Riamos muito, viajávamos. Mas esta saudade faz-me ter pensamentos idiotas, questionar o que foi dito e feito por ambos, massacrar-me. E a B? A B, graças a Deus, vem em fevereiro estagiar para cá. Pelo menos durante 6 meses terei uma "irmã" junto de mim. Tentamos falar por telefone todos os dias mas não é suficiente. Ela deseja vir para cá e eu adoraria voltar para lá, aquela cidade tão querida.
E o M., o meu amigo Valenciano? Esse, viu a luz e a nossa amizade e vem dia 27 para Portugal para passar 2 semanas comigo. É a única alegria que me conforta neste momento! Dia 27 chega rápido.



Pavilhão Chinês

                                                      Nota mental: começar urgentemente a fazer Reiki todos os dias


                                                                   Em Setúbal, num espaço maravilhoso


                                                                Eu! A pensar como encarar os leões

                                                                Eu! A pensar como encarar os leões

2 comentários:

  1. Agora tenho uma cara para associar ao blog ;)
    Também gosto muito do Pavilhão Chinês, mas é caro! Tenho de ir experimentar essa Terra, já ouvi falar bem...

    O tempo não ajuda, mas manda esse astral pra cima!beijinhos

    ResponderEliminar
  2. Tu sonhaste ir para aí e o destino fez com que acontecesse. Não deves deixar que um desgosto amoroso te coloque tantas dúvidas porque, sinceramente, parece-me que é disso que se trata. Passou um mês, não é tempo suficiente para conheceres as oportunidades dessa cidade. Compreendo o que dizes sobre o tempo que levas a fazer qualquer coisa, sobre as pessoas que se atropelam porque quase todos os meus amigos vivem em Lisboa e, cada vez que os visito, sinto o mesmo e sinto também que não é cidade para mim. Mas tu estás aí com um objectivo e vais alcançá-lo. Tu sabes o que gostas de fazer, procura locais onde existam pessoas que partilhem os teus gostos. Tens aí pessoas amigas, sê também tu amiga delas e retribui-lhes. Se deres um sentido aos teus dias podes não amar a cidade mas, com certeza, vais começar a amar a tua vida aí enquanto for aí que ela tiver que ser vivida. Não desistas sem tentar! :)

    ResponderEliminar