sábado, 6 de maio de 2017

E o prémio de melhor colega de casa vai para...

... a minha roomie, chamemos-lhe Van!
Desde que me mudei em outubro que nunca vos contei como está a ser a experiencia. Decidi dividir casa com uma colega de trabalho venezuelana. Poderia ter corrido muito mal. Já vivi com amigos e a convivencia melindrou bastante a amizade. Quanto mais uma colega de trabalho que mal conhecia!
Contudo, foi e está a ser uma incrivel surpresa. Somos do mesmo signo, fazemos anos com 2 dias de diferença. Ela é mais velha do que eu 1 ano. Ela nunca tinha tido animais e, com uma paciencia admiravel perante 2 meses de ataques do Eros que inclusive lhe vomitava no quarto de proposito, caiu apaixonada por esta fera terrivel. E, diga-se de passagem e para meus grandes ciumes, actualmente o Eros ama-la. O mes passado os gatos partiram-lhe o computador e ela nem os matou. Nem a mim. Ufa...
Ela é lutadora profissional, super deportista. Eu sou uma pequena lontra. Ela limpa, eu cozinho. Ela fala alto, eu baixo. Contudo, não sei como, somos amas frontais, falamos na hora e na cara e com bom tom quando algo nos incomoda e tornamo-nos a familia uma da outra. Eu que nunca tive familia, sinto pela primeira vez que tenho uma. Ela que está só no nosso país, insiste em dizer que sou sua irmã. Apoiamo-nos, vou assistir às suas lutas, ela pede-me que traga patés para "os nossos meninos". No Natal até lhes ofereceu uma caixa de areia nova.
Já sem mãe, todos os dias fala com o pai e o irmão que estão na Venezuela e no outro dia dizia este último, enquanto comentava algo embraçoso e muito privado, "Ah que se lixe! A Raven já é da familia!". E eu fiquei ultra derretida.
Passados 7 meses, continuamos a viver juntas sem nenhuma discussão, continuamos a ser colegas de trabalho e cada vez mais amigas. Não poderia estar a correr melhor!

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